Dueto  Ana Stoppa/Ricardo Vichinsky

                   
Horas Vazias 

     Ah! Pálida madrugada fria e silenciosa
     Que indiferente espreita as vidas vazias
     Onde desfilam trágicos os sentimentos
     Sangra o peito solitário no aposentos
 

     Insana dor, no manto frio da madrugada
     Cercado por imagens mémoria, o pranto
     Dessas quimeras que se tornaram pó
     Um divino que para sempre se perdeu


     Inútil espera pelos fracos sinais de alento
     Tola imaginação a busca de parco afeto
     Pranto contido pelos abraços inexistentes
     Calvário vivido no mundo virado de costas

 

     Com as escolhas seus lirios e espinhos
     Consumindo o peito em duvidas insanas
     Um grito vazio da alma, na tormenta fria
     Mas toda  a beleza se foi, onde agora


     Pulsam lentas muitas horas sempre vazias
     Subtraindo da alma o resto disforme da paz
     Silêncio à espera um novo dia amanhecer
     Para talvez assim encontrar a razão do viver


     Um castigo que só resta clamar seu fim
     Esquecer os espinhos e lavar com lágrimas
     Aguardando ansiosamente o calor da aurora
     E com ela renasce a esperança de outrora
 

                    Ana Stoppa / Ricardo Vichinsky



Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 18/04/2011
Reeditado em 25/04/2011
Código do texto: T2917333
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