O Poeta e a Musa – Dueto de um Amor
Minha musa,
Tens um poeta só para ti,
Destinado a cantar
Tuas curvas,
Tua beleza,
Teu amor,
Em versos sem fim.
Meu poeta,
Tens uma musa só para ti,
Admirando
Sonhando
Desejando
Ansiando
Vendo o mundo sem cores,
Sem ti.
E teu poeta, nas letras,
Outrora desesperadas,
Escreve agora cada linha,
Cada verso, com a alma apaixonada!
Teu poeta encontrou
O que faltava na vida.
Uma musa com quem partilhar
O seu infinito amor.
Nosso amor afastou
Harpia do seu caminho.
Desde a primeira vez,
Não ficará mais sozinho.
Hades intimidade,
Desistiu de tua’lma.
Heros admirado,
Ofereceu á mim.
Sim, fui oferecido a ti
E as flechas divinas
Perfuraram e cravaram
Fundo nos nossos corações.
E agora nós temos um protetor,
O próprio deus,
Que nos guiará pelo caminho,
Cheio de obstáculos do amor.
És um cativador de almas.
Tomou a minha para si,
Como as sereias encantadas,
Deu-me a morte sem fim.
Morro alegremente,
Envolvida pelas suas
Artes da sedução e da atração.
Se nas minhas artes tu mergulhas,
Eu mergulho no teu coração,
Mas aviso-te já: dele eu não saiu mais.
Nem nunca sairei.
Pois escrevi meus nomes nas paredes,
Tuas carnes cardíacas beijei,
E tuas feridas, curei.
E assim, para tua felicidade, sempre farei.
Meu coração, que não é mais meu,
Anseia pelo mergulho profundo,
Que alcança os segredos
Escondidos do resto do mundo,
Nos campos de minh’alma
Plantaste artemisas
Que florescem com tua luz de cura.
E no nosso amor transcendental
Nós vivemos uma felicidade real,
O poeta e a musa,
Como sendo apenas um,
Num amor inconcebível
Nós o tornamos visível,
Através da paixão que não se cansa,
E exclamamos em unísson :
"Que eu te amo
E tu me amas!"
André Espínola e Alíria Branca