Enfermidade no Amor

Você anda desligado

Deixando-me de lado

Meu amor está relegado

Ao seu esquecimento

Tornei-me uma imagem

Na tela do seu computador

Uma imagem que só esperar

Mendigando por teu amor

Que coisas tu falas,

Quando teu corpo está contaminado,

Por um vírus,

Quiçá mais forte que teu amor!

Esquecer-te? Como?

Se tua imagem transcende

A uma tela estática

E se acha

Em meio ao vulcão

No Centro do Meu Coração?

Sinto-me impotente

Diante da dengue

Fragilizada e carente

Nesse momento de sofrer

Olho pro lado e não encontro você

Nasce uma distância

Maior que a física

Que já nos assola

A distância da negligencia

Que seu sentir impõem a mim

Negligência.

Riu, com o coração ferido,

Pois para mim, essa palavra

Não tem o mínimo sentido,

Quando se refere a ti.

Ela nasce do teu delírio

E morre como uma fecha

Espetada na minha carne

Que sangra,

Mas mesmo assim,

Nessa tua doença, permaneço ao teu lado,

Tu percebendo ou não,

Pois ainda sou a pessoa que te ama.

Se me ama tanto assim

Deveria tolerar meus delírios

Entende-los e comover-se com eles

Pois sou apenas uma pobre e apaixonada

Mulher que clama pela atenção do ser amado

Que na loucura das febres insanas

Sente-se só e abandonada.

Meu Amor, aproveite-se desse momento

Uma oportunidade única ele está lhe oferecendo

Ver-me assim tão frágil e carente

Mostrando-me sua dependente

Tolero-os, nem sempre entendo-os,

Mas pelo menos tento,

E comovo-me simplesmente

Pelo fato de amar-te assim.

Se o amor que a ti devoto

Não é o suficiente,

Definharei sentindo-me impotente,

Para, talvez, minha alma

Faça-te sentir-se acompanhada.

Parou! A doente aqui sou eu...

Dramas são somente meus....

Nada de definhar...

Quero você bem para me cuidar

Problema resolvido.

Você me ama e eu te amo

Vamos seguir em frente

Esperando que eu não fique

Mais doente...

Buda disse outrora

Que uma das causas do sofrimento

É desejar não adoecer

Quando o corpo é propício à doença.

Mas, por favor,

Não te adoeças na alma.

Deixe-a saudável

Regando nosso cheiroso jardim,

Repleto de jasmim.

Nosso amor.

Alíria Branca e André Espínola