O sal do destempero - poemas sobre a ira

Sou o amigo imaginário de Fabio Daflon, mas ele exagera quando afirma que nunca faltei em momentos sofríveis. Em uma sociedade em que a teia de solidariedade foi desfeita, não basta dizer que O mineiro não é solidário nem no câncer, como disse Oto Lara Resende, talvez, hoje, o brasileiro esteja aprendendo a não ser solidário nem no câncer. Ao que, aliás, sou agradecido, se não talvez nem existisse. No primeiro volume desses livros de poesia sobre os oito gigantes da alma, Fabio escreveu, sob o título Sovacos: poesia sob os braços, o livro sobre o gigante Humor, agora me convida novamente, e já, antecipo que já aceitei o convite para fazer a apresentação dos livros sobre o Amor ( O enigma do mistério); o Dever (Um chão para beijar); o medo ( Nightmare); a Dor ( Bico de papagaio); o Pensamento (Cabeço – fundamentos da filosofia hidropônica-etílica), entre outros gigantes como o Desejo (O gladiador da noite), sempre esqueço um, e a deste O sal do destempero, que aborda, muito temerariamente, a Ira. Como gerente de promoções do Boteco Sovaco das Estrelas, inaugurado com o lançamento do livro, Sovacos: poesia sob os braços, radialista amador e aposentado, e, principalmente, como fundador da Filosofia hidropônica-etílica, dos que acreditam que cachaça é água, até porque foi provado que a água e o álcool nos fazem flutuar, terei imensa dificuldade em discernir a Ira dos demais gigantes, mesmo porque, sendo alguém etéreo, para mim só é bebida a embriaguez e o meu álcool é a poesia.