Desabafo

Hoje eu me deparo com meu corpo decadente de poeta

Dedos aduncos que tocam, arranham, tocam e... Eu me deparo com meu corpo de poeta

Escondo-me em outros corpos e dali tiro a minha própria existência

Crio imagens e acho as vezes que elas possuem alguma analogia com a minha

Analogia, medo, amor, sofrimento

Medo, medo, medo

Sinto constantemente quando aqueles olhos cruzam os meus

Medo, alguém poderia acabar com a chama da minha vida?

Apaguem logo

Destruíam esse louco

Pobre malabarista das palavras imperfeitas

Nem sei por que escrevo

Deveria beber logo esse cálice

Porque insisto em transmitir meu sofrimento para o papel?

Insisto em escrever uma bosta (desculpe) contemplativa

Poesia, poesia, poesia

Deixem-me

Poesia, anjo mau

Deixe-me

Eu sou

Pobre esqueleto de poeira

Olhando um sol de papel

Se pôr em um mar de pedra...

Diego Sousa
Enviado por Diego Sousa em 18/06/2009
Reeditado em 11/12/2009
Código do texto: T1654917
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