A SERPENTE – 2ª Parte
 
 
 
Tudo nelas é puro fingimento. Pois, para se constatar essa dissimulação, é só verificar num ofício fúnebre. Ali, elas se apresentam vestidas moderadamente e sérias, geralmente de preto. E, para dissimular com mais autenticidade, usam óculos escuros, entretanto, sempre os da última moda.
Inclusive, têm algumas dessas artistas que realmente choram, mas é um chorar apenas para configurar melhor a cena. E se postam sempre à mercê das câmeras da televisão, escolhendo um melhor ângulo visual; a desgraça alheia passa a ser um motivo de se apresentarem como reais serpentes.
As mulheres, de uma maneira geral, são mercadorias que se expõem ao gosto do consumidor, quando há uma possibilidade de se exporem, elas fazem de tudo para chamar a atenção e mostrar os seus atributos naturais. Elas não satisfeitas com essas demonstrações, em que expõem os seus próprios corpos, normalmente, partem para a prostituição reservada ou a prostituição pura e simples.
Tudo passa a ser válido no jogo da sedução. Arma essa que, elas utilizam com uma grande maestria. Pois, para elas, o corpo é um deus, um ídolo que se presta ao consumo. E a cabeça, apenas um anexo sem conteúdo que serve simplesmente para o adorno, com os magníficos penteados e as enganosas maquilagens que as transformam em bonecas diabólicas ou anjos pecaminosos.
Quando jovens, cultuam o corpo em academias apropriadas para esculpir as linhas mais propícias à sedução e, aquelas mais apressadas, ligeiramente frequentam as clínicas de estética para implantar, suprimir ou acrescentar algo que lhes está incomodando ou que não tem aquela aparência seduzível.
Quando maduras ou velhas, fazem uma verdadeira faxina corporal. O processo clínico comumente efetuado é o de esticar as sobras. Depois desse processo, mais se parecem com bonecas de cera de tão esticadas que foram. Um exemplo de todos os dias na televisão é o de Hebe Camargo e Ana Maria Braga, esta última mais conhecida por Ana Maria Baga.
Tudo é feito em nome da beleza, felizmente, a beleza não se encontra com essas mulheres. Elas são, sim, a fealdade vestida com as roupas da beleza.
As pobres? Pobres coitadas! Como não têm condições financeiras para implantar o famoso silicone ou retirar os excessos, principalmente da barriga, elas se conformam em se transformarem em loiras, as conhecidas loiras de farmácia.
As mulheres de hoje em dia, vão para a cama como morenas e, pela manhã, se acordam loiras. E esse modismo de ser loira, nada tem a ver com as naturais nórdicas, muito embora, se transformem estupidamente em albinas, negras-aças ou sararás.
As separadas ou divorciadas, são as piores que se têm notícia. São umas verdadeiras messalinas insaciáveis, somente quando se veem fora do jugo do marido. Até então, eram perfeitas donas de casa, uma vez divorciadas se atiram para os bailões, aonde normalmente elas se comprazem com os homens que para ali também vão, a fim de caçá-las. Esses homens também não são lá essas grandes coisas.
Nessas ocasiões, elas se transformam em verdadeiras prostituas, basta apenas uma boa conversa e ter um bom carro estacionado no pátio, para se entregarem com as maiores facilidades.
Dizem elas que estão aproveitando a vida e a liberdade, mas em troca entregam o corpo e assim cavam a sua própria sepultura.
É verdade quando Lupcinio Rodrigues diz numa certa canção: “Esses moços, pobres moços ou moças, vão até ao inferno em busca de luz”.
Elas perdem o senso real da vida quando tudo se transforma num puro divertimento malicioso e sensual, (hedonismo), são ovelhas desgarradas e nada as faz entender que estão na vala comum, e que se transformaram em apenas objeto de prazer.
Agora, eu quero fazer uma menção muito especial às mulheres solteironas, as ditas balzaquianas. Essas são como estátuas, lindas por fora, mas por dentro são ocas e de uma escuridão tenebrosa.
Consideram-se virgens não como um princípio ou uma virtude, entretanto, sempre por falta de uso. A dissimulação é um nutriente que lhes corre nas artérias. São verdadeiras serpentes acordadas, estão sempre brandindo a língua e enroscadas em tocaia, estão sempre prontas para dar o bote final.
As balzaquianas usam em excesso os produtos de maquilagem, notadamente, para esconder os vestígios da idade. Vestem-se como meninas ou imitam as meninas, ainda não se convenceram de que já estão maduras demais.
Inclusive, têm algumas que não gostam de fazer aniversário. O tempo passa a ser o seu pior inimigo e, quanto mais passa o tempo, mais enfadonhas e hipócritas se transformam.
Normalmente, são devotas ou religiosas, no entanto, se portam incrédulas, supersticiosas e assíduas frequentadoras das cartomantes. Buscam por todos os meios, alguém que lhes informe que o príncipe encantado está a caminho.
Entre essas mulheres existem as astutas. Essas não tendo mais esperanças no príncipe encantado, acabam se casando com um homem mais velho. Geralmente rico, e dessa forma, conseguem dar o golpe do baú. Para depois de viúvas se apossarem da riqueza do “de cujus” e sustentar um homem mais jovem do que elas. Eis a vingança da serpente!
É muito comum encontrar as solteironas como verdadeiras “baratas de sacristia”. Muitas das vezes se oferecem para o padre que é um solteiro convicto. Dependendo do padre, em aceitar ou não o assédio, elas se apaixonam loucamente pelo reverendo. Não havendo uma consecução final nesse namoro eclesiástico, se transformam em mulheres doentes, histéricas ou neuróticas, em função de terem sido enjeitadas pelo próprio padre.
Mas, quando o padre não resiste os apelos sexuais, geralmente, ele as engravida, dessa forma, dão à luz a um padreco. Normalmente, um desajustado por saber da sua descendência eclesiástica, nada elogiável.
Quanto ao padre, com as bênçãos da Santa Madre Igreja e o perdão do eminentíssimo senhor Bispo, simplesmente, é transferido de paróquia e, assim, parte para mais uma conquista em uma nova sacristia, o seu recanto preferido para os seus envolvimentos e assédios sexuais.
As velhas, terminantemente idosas e cansadas das suas atividades peçonhentas, refugiam-se nas Igrejas. Prostram-se diante do altar e choramingam as suas desditas, pensando que dessa forma enganam o Senhor; suas preces são balbuciadas com insistência, a fim de que o Senhor lhes tire a serpente do inconsciente.
Mas, o Senhor Todo Poderoso, em sua circunspeção divina, brada em alta voz a sentença final: - “Malditas sejais, pois além de seduzirdes a minha primeira obra, vós também tentásseis seduzir o meu Filho Amado, a vós, o fogo do inferno e o satanás como companhia eterna”.
Esse meu pensamento a respeito das mulheres não é terminante e nem conclusivo, mesmo porque, eu sou um apreciador contumaz da espécie feminina.
Nelas, apesar da serpente que lhes está embutida em forma de arquétipo, possuem sem sombra de dúvidas todos os encantos, todas as carícias e todas as sensualidades, pelas quais os homens se prostram indefesos.
Eu, normalmente, as admiro de forma muita platônica em meus poemas e em minhas prosas. É uma maneira com que afasto de mim essa observação deletéria, pois as mulheres são ainda umas dádivas que nos foi concedida pelo inquestionável Criador.
É verdade, em minha vida tive a oportunidade de viver algum tempo com algumas delas, entretanto, delas, eu tenho um conceito tortuoso, pois me obrigaram a pensar desta forma, razão porque, não consegui viver com elas por mais de uma década.
A primeira mulher com a qual me casei dentro das normas estabelecidas pela sociedade, isto é, com padre e escrivão, foi um desastre, apesar de com ela ter os meus três lindos filhos.
Eu não sei, se foi por ela ter sido educada em um regime matriarcal, o fato é que, ela quis transpor para o nosso casamento essa modalidade de vivência, insinuando-se e, às vezes, assumindo de fato a liderança.
Desejo esse que veio contribuir para o nosso rompimento e, consequentemente, um afastamento definitivo em função de não haver o mínimo de possibilidade para uma suposta reconciliação.
A segunda mulher surgiu como uma possibilidade, em princípio, de transformar-se num casamento equilibrado e duradouro. Pois, ela como engenheira civil e, eu trabalhando na área da construção civil, tínhamos um pensamento e um comportamento que se coadunavam.
Entretanto, conforme aquilo que eu descobri mais tarde, ela casou-se comigo apenas para galgar certa posição na empresa onde eu trabalhava, da qual, eu era o seu diretor administrativo e financeiro.
Não havendo essa possibilidade, em função da política interna da empresa e, de certa forma, apoiada por mim mesmo, ela voltou-se contra mim como fera ensandecida.
Depois de já estar trabalhando no Banco do Brasil, de certa feita, me disse de viva voz, que estava tendo um caso. Com quem, até hoje não fiquei sabendo, o fato é que nos separamos imediatamente, apesar de dois filhos lindos que tivemos.
Sexualmente falando, ela foi a melhor mulher da minha vida, nos satisfazíamos plenamente nas lascívias, com as quais, nos dávamos muito bem, quando chegávamos até a exaustão de nossos corpos.
Fora isso, ela era facilmente irascível e descontrolada, dizia tudo que o lhe vinha à boca sem o mínimo controle. Inclusive, brigava com o pai de faca em punho, pois o mesmo era um alcoólatra e tinha certo desvio mental.
Após mais esse naufrágio em minha vida íntima, fiquei por sete anos sem desejo de assumir um novo relacionamento. Queria tão-somente o desfrute, mas nesse mesmo período me apaixonei por uma linda mulher. Só não foi possível assumir um compromisso maior porque ela não quis. Permanecendo assim na sua vida pregressa e sem sentido.
Eu a queria e acho que até hoje ainda a quero, mas para o seu próprio infortúnio, se casou e perdeu aquela beleza que me fascinava.
Em 1992 me casei com uma mulher, depois de termos sido namorados por três anos, foi o pior engodo da minha vida, embora, eu tenha amado-lhe com uma louca paixão.
Estou para conhecer uma mulher mais problemática do que essa. Tudo em função de três anomalias.
A primeira - era porque a mãe dela era e é mentalmente desequilibrada, sendo, portanto, por duas vezes internada para tratamento, e que de lá fugiu por duas oportunidades. A segunda era porque o pai era e ainda é um alcoólatra, mas particularmente uma boa pessoa. A terceira era porque ela mesma tinha uma dificuldade orgástica e esse componente distorcia toda a sua personalidade.
Muito eu a aconselhei para fazer uma consulta com uma psicóloga, mas ela sempre resistiu por vergonha e ignorância. A vergonha era por não querer que alguém soubesse do meio em que foi criada e da sua dificuldade para sentir um orgasmo. A ignorância residia no fato de ela achar que um psicólogo não a tiraria desses estorvos existenciais, e que, somente através da assiduidade à Igreja, conseguiria superar os recalques e as frustrações. Tal mãe tal filha.
Separamo-nos porque ela me afirmou estar apaixonada por outro, o que não foi levado adiante. Mas, em contrapartida, ela já passou por quatro namorados. Bem assim como havia dito à psicóloga, que nos ajudou na separação, que ela iria perseguir na busca desse orgasmo a qualquer custo.
Apesar de estar com a sua personalidade totalmente distorcida, era uma mulher inteligente, entretanto, a vida emocional era conturbada, mesmo assim, me deu a filha mais linda deste mundo.
Atualmente vivo só, sem a mínima intenção de me arremessar num outro relacionamento. Às vezes, sinto falta de uma companhia feminina ao meu lado. Mas persiste em mim um medo ainda maior, pois a experiência que tive não foi nada satisfatória.
Por isso, eu resisto por enquanto à ideia de partilhar a minha vida. Eu acho até que a minha própria companhia já é demais.
Tudo o que eu escrevi a respeito das mulheres, foi por ter delas essa impressão, entretanto, eu sei que não posso generalizar, em virtude de haver sempre exceções à regra.
Por isso, eu quero desculpar-me com aquelas mulheres que se acharem ofendidas e, elas têm todo esse direito. Assim como eu também tenho o direito de achá-las verdadeiras serpentes. O fato é que, até no paraíso tinha serpentes. Todavia, devemos nos conformar de que, no nosso restrito e obtuso paraíso, tenhamos as nossas próprias serpentes.
 
Senhor, que paraíso é esse que têm serpente?
Se há serpentes, temos de nos lembrar que, delas, também se extraem o veneno, para se transformar em medicamentos para os nossos próprios males.
A mulher por sua própria natureza contém o veneno, mas em contrapartida, nos dá muitas vezes o antídoto, para podermos suportar as nossas próprias vidas.
Por isso, não devemos nos indispor com o Criador, Ele sabe o que fez e continua fazendo.