DEUS É UM ENTE EXTERIOR OU INTERIOR?

 

 

 

(Só o que experimentamos no nível da realidade disponível através dos cinco sentidos é uma pobre limitação de um nível superior de realidade, as Formas – Platão).

 

 

 

 

 

Se Deus não existisse já exaustivamente posto, precisaríamos urgentemente criar um novo Deus.

Com esse trabalho não pretendo e nem quero imaginar uma nova teoria sobre Deus, pois já temos muitas, desejo tão somente questionar as existentes.

Nós humanos necessitamos subjetivamente da existência de um Ente superior e, depois de posse dele, nos propormos a exercer a vida, conforme a sua moral que está agregada em nossa consciência.

Já nascemos chancelados com essa necessidade existencial congênita, chamada pelos filósofos e alguns teólogos de imanência real, porém, eles nada explicam como essa característica foi agregada e se processou e nem o porquê dela ser congênita no ser humano.

Certamente, o pensamento de Deus não é uma invenção da consciência, (ou seria?) o que nos leva a crer tratar-se de algo que foge a nossa capacidade intelectiva, muito embora, tenha o ser humano uma necessidade muito grande de realmente conhecer a Deus, assim como a sua origem, a essência e a sua procedência. Se é que tem uma?

As religiões cristãs sistematicamente pregam a existência de um Deus exterior, nos induzindo a crer num Ente transcendente, absoluto e intelectivamente inconcepto e não a conhecê-lo, o que nos têm acarretado uma série de problemas e dúvidas.

Com essas “qualidades”, não podemos acessá-Lo, conhecê-Lo e nem senti-Lo, pois Ele está fora do meu mundo e do meu domínio, é algo transcendente e totalmente incompreensível.

É bem provável que as religiões assim O pregam, mesmo contrariando o que Jesus disse, para arvorar-se em intermediárias entre Deus e os homens, chancelando assim o seu poder monopolizante de “Theos”.

Jesus em suas pregações afirmava que: “O Reino de Deus está dentro de vós” e “Vós sois os Templos vivos de Deus”.

Porque será que as religiões não pregam conforme o Mestre ensinou?

Seria talvez o medo de perder o seu poder sobre as suas ovelhas obedientes e submissas?

Por isso, os clérigos bem como os fiéis não compreendem a Deus, apenas acreditam, sabemos por uma configuração própria e lógica que acreditar é um estado emocional, e, isto ,não traz certeza e nem tão pouco conhecimento.

Carl Gustav Jung sintonizou muito bem o ensinamento de Jesus, afirmando que o homem carrega em seu inconsciente um arquétipo primitivo de religiosidade representado pelo: “Imago Dei”. Isto é, a imagem de Deus no inconsciente que se manifesta no consciente com uma moralidade superior à moralidade convencional de uma sociedade qualquer.

No Velho Testamento encontramos fartamente a exposição de um Deus, (Javé) transcendente, absoluto, irascível com os homens, vingativo e altamente punitivo, entretanto, no Novo Testamento já encontramos um Deus amoroso, pai e sapientíssimo em sua justiça, com uma característica ameaçadora que ainda nos impõe o temor.

Inclusive, Jesus afirmava que: “O Pai não quer sacrifícios, mas sim a misericórdia”.

Segundo a Psicologia podemos deduzir com mais certeza de que existe em nós um Deus genético, isso vem ratificar o que Tertuliano disse a respeito da alma: “A alma humana é naturalmente Crística”.

Quando o Papa João Paulo I assim que foi guindado ao cargo máximo da hierarquia católica e foi perguntado qual seria o seu enfoque evangelizador, ele disse: “Eu pretendo devolver esta Igreja a Jesus Cristo”; foi o suficiente para no vigésimo nono dia do seu curto pontificado aparecer inexplicavelmente morto.

Se realmente ele viesse devolver a Igreja a Jesus, por certo, a Santa Madre Igreja perderia o seu poder atemporal bem como o temporal, e se essa eventualidade de fato acontecesse, os fiéis abandonariam o Deus eclesiástico e assumiriam o Deus de Jesus.

Queremos acreditar que o Deus de Jesus é mais acessível e brando do que o Deus teologal dos eclesiásticos, os ditos religiosos.

Tudo o que for bom para o poder eclesiástico será admitido “in Eclésia”, e o que não for do seu agrado será considerado “anátema”.

Deus não necessita dessa infinidade de religiões para se fazer presente na humanidade, o que Ele realmente quer é a religiosidade ou a espiritualidade do ser humano, por isso, Ele está presente em nós e essa presença é o que conhecemos por imanência. Assim como já foi dito.

Tendo em vista a grande profusão de religiões, cada uma com a sua teologia tendenciosa (teologismo), será que Deus se revela a cada uma de uma maneira diferente?

E, em qual delas, Ele se revela realmente?

Outra pergunta: Será que Deus tem haver alguma coisa com essas religiões?

Essa imanência Divina não é bem aceita pelas religiões institucionalizadas, as múltiplas tendências religiosas fazem de conta que aceitam, mas preferem continuar introjetando na humanidade a idéia do Deus transcendente, antropomórfico. Imbuídas e temerosas pelos motivos que acima nos referimos.

As grandes religiões são exclusivistas e fundamentalistas. E como não podia ser diferente, a mais antiga considera as demais religiões operando em erro.

Com relação ao meu Deus psicológico, (Deus imanente) o Imago - Dei ou o Reino de Deus que está dentro de mim, eu naturalmente posso acessá-Lo a qualquer momento através da minha introspecção e da minha reflexão.

Eu não estou totalmente convencido da existência de um Deus exterior; estou sim, inclinado em aceitar e conhecer o meu Deus interior, porque Ele fala comigo por meio da minha consciência e, nessa práxis espiritual, eu falo com Ele diariamente.

Enfim, vivo a experiência Divina que está em mim que, de certa forma, também foi introjetada.

Eu posso sentir o meu Deus psicológico e realmente conhecê-Lo, entretanto, não posso prová-Lo como um fato real e físico. (Jung)

É algo inexplicável, mas perfeitamente sentido, eu só não sei como e quando esse arquétipo ou janela Killer impregnou-se no meu inconsciente.

Existe uma hipótese bem provável teorizando que, esse evento psicológico, deu-se no momento em que o homem saiu da semiconsciência para a pleniconsciência.

Isto é, no momento que ele vislumbrou ou evoluiu para a razão, fazendo com que os instintos primitivos fossem arquivados no mais profundo do inconsciente. Assim, ele poderia receber a razão que veio como um arquétipo do “Imago-Dei” que, por sua vez, a intelectualizou.

Quero crer que esse evento psicológico tem muito haver com o que é dito no Livro do Gênese: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança”. Eu acho que aqui foi o momento no qual Ele se gravou em nosso inconsciente em forma de um arquétipo ou janela killer a Sua imagem inexplicável que tanto nos tem levado a imaginar uma vasta rede de teorias.

E como estamos tratando de teorias não podemos assumir compromisso de certeza com elas, pois no futuro poderemos nos deparar com mais algumas que nos venham aclarar de forma insofismável a existência de Deus.

A bem da verdade, as religiões quando se referem a Deus, não O trata justificando-se ou estribando-se em teorias, mas sim em dogmas, que nada mais é do que uma censura à razão.

Por exemplo, quando tomamos conhecimentos dos orientais com a sua filosofia da grande ilusão (Maya), nos deparamos com a seguinte situação:

O homem quando percebeu ser racional, percebeu também que a sua racionalidade era limitada para perceber e ver com profundidade certos eventos.

Esse fato levou o homem primitivo a racionalizar tudo, mas encontrou dificuldade em inteligir a natureza na qual estava inserido, como também o próprio universo, esse magnífico palco de luzes e corpos vistos, principalmente à noite.

Diante do fascinante e inefável evento que ele presenciava e estava inserido, não conseguia intelectualmente entender a origem desse tremendo fenômeno.

Em função da dificuldade em conhecer o que lhe rodeava e, tendo em seu cérebro bilhões de códigos, ele simplesmente inteligiu que tudo o que não fosse possível ter uma explicação racional, teria a sua origem numa razão supra-racional ou faria parte do mundo Maya, as ilusões do ser.

Nesse momento, ele cria a necessidade de um deus, algo onipotente que a própria razão o desconhece. Dizem que a mente humana tem a capacidade inclusive de criar o que não existe. (p.ex. lendas, mitos, fantasmas, deuses, etc.) A mente humana (real) tem capacidade de criar o próprio irreal. Talvez seja um esforço da razão em explicar-se ou elucubrações impotentes das mentes humanas.

Se esse foi realmente o raciocínio do homem primitivo para justificar a existência do universo, bem como a sua própria existência. Aqui, se está diante do primeiro arquétipo primitivo gravado em nosso inconsciente que contagiou toda a humanidade daí por diante.

Outra teoria que é totalmente materialista é a da física, reduzindo tudo simplesmente à mecanicidade da própria matéria, e que o universo sempre existiu, portanto, não foi criado e nem nunca existiu um criador, e que a matéria por ser eterna, sofre transformações a cada era, dando-nos a impressão de uma nova criação.

Tendo em vista essa possibilidade levantada, acredita-se que o universo é o próprio Deus.

Seria assim um Deus complexo, um resultado de todas as energias que permeiam e disciplinam o cosmo.

Isso entendido nos leva a admitir um Deus, real, não-físico, mas perfeitamente cognoscível.

E o Deus transcendente?

O que realmente não aconteceu e não acontece com a teoria do Deus exterior, em função da sua suposta existência absoluta e da sua transcendência inadmissível, bem como da sua característica antropomórfica, porque ele é apenas um esforço metafísico que não tem sustentação real.

 Assim sendo, fico impossibilitado de um contato mais íntimo, porque o relativo jamais poderá alcançar o absoluto. A teoria do Deus exterior absoluto e transcendente é estanque, não há como digeri-la intelectualmente, por isso foi imposta como dogma.

Sabemos que dogma é uma suposta verdade que nos foi ou é imposta para esmagar uma dúvida e, assim, amedronta o ser que não percebe.

Desta forma, o dogma é recebido como uma autoridade através da fé, e não nos é permitido questioná-lo.

Aqui, reside a grande arrogância das religiões exclusivistas. Um exemplo bem palpável é o da Igreja Católica em sua tirania religiosa: “Roma locuta, causa finita”.

Como falamos em um Deus psicológico, é mister que se faça uma referência ao expoente máximo da psique humana: Dr.Jung.

Jung fez numerosas afirmações sobre Deus, tendo usado a palavra mais de trezentas vezes em sua obra Memórias, Sonhos e Reflexões, que foi publicada em 1962, um ano após a sua morte. Sua concepção de religião e espiritualidade difere em alguns aspectos do cristianismo tradicional, embora ele tenha declarado explicitamente sua lealdade ao cristianismo, visto do ângulo da psicologia e de sua experiência pessoal com Deus.

Entre as últimas coisas que ele escreveu sobre Deus, dizia que, se falarmos de Deus como um arquétipo, nada diremos sobre a verdadeira natureza divina, mas estaremos deixando saber que Deus já tem um lugar na parte de nossa psique que existia antes da consciência, por isso, Deus não pode ser considerado invenção da consciência. Não deixamos Deus mais distante nem o eliminamos, mas trazemos mais perto da possibilidade de ser experienciado.

Parece que a visão básica de Jung era que a fagulha ou o sopro de Deus que vive no inconsciente dos seres humanos pode ser despertado e tornado consciente para que se possa buscar com empenho a completude.

Diante do que acima foi exposto e se perguntássemos se Deus existe, e se a resposta fosse “sim”, quais são as evidências físicas ou mentais?

Considerando as limitações da linguagem, a existência pode ser definida como uma realidade física ou psíquica?

Em seus primeiros escritos sobre a questão da existência de Deus, Jung, na meia-idade, indicou que o conceito de Deus é simplesmente uma função psicológica necessária de uma natureza irracional que não tem conexão com a questão da existência de Deus.

Para ele, é evidente que ninguém possa conceber Deus, muito menos se dar conta de que Deus realmente existe, porque é difícil imaginar um processo que não é condicionado a uma causa.

O que precedeu Deus, por exemplo, para tê-lo criado?

A existência de Deus, ele diz, é de uma vez por todas “um problema absurdo”.

Jung enfatizou que suas observações psicológicas não eram prova da existência de Deus, mas provavam apenas a existência de um “Deus-imagem” arquetípico, com a qualidade de numinoso ou espírito imponente.

Deus é um fato obviamente psíquico, afirma ele, e não físico, um fato que pode ser estabelecido psiquicamente, mas não fisicamente.

Entretanto, ele também afirmou que: “Encontramos inúmeras imagens de Deus, mas não podemos produzir o original. Não há dúvida em minha mente de que há um original por trás de nossas imagens, mas é inacessível. Não podemos nem mesmo estar a par do original, uma vez que sua tradução em termos psíquicos é necessária para fazê-lo perceptível, no fim das contas...”.

Em outra oportunidade ele ressaltou que: nem pedras, nem plantas, nem argumentos, nem teólogos provam a existência de Deus. Apenas a consciência humana revela Deus como um fato, porque é fato que haja uma idéia de um ser divino na psique humana.

Com respeito “onde” Deus está Jung em seu último trabalho publicado, “O homem e seus Símbolos” (1961), observou: Já que não podemos descobrir o trono de Deus no céu com um radiotelescópio. As pessoas assumem que tais idéias “não são verdades”. Ele diria, antes, que não são “verdades suficientes”, pois tais concepções têm sido partes da vida humana desde os tempos pré-históricos e ainda voltam à consciência ante qualquer provocação.

Em 1945, durante uma palestra Jung definiu o espírito como uma “substância” ou forma de existência imaterial, que no nível mais alto e mais universal é chamado de Deus. Ele também imaginou essa substância imaterial como “o veículo dos fenômenos psíquicos, ou mesmo da própria vida”.

Os opostos: Entre os últimos escritos de Jung estava uma carta para um estudante de medicina americano em 1961 (poucos meses antes de sua morte), na qual Jung observava que a tendência monoteística, “sempre tenta postular ou construir uma unidade antropomórfica do Deus-imagem”, e que tal Deus-imagem é paradoxal e contraditório.

Tal unidade, segundo ele, é “estranha e dolorosa para nós”. Esses comentários foram feitos em resposta ao problema Jó, cujo fato fundamental era o par de opostos unidos na imagem de Deus (ou seja, Javé). Os opostos são amor e temor, diz Jung, que pressupõem uma contradição aparentemente irreconciliável.

Segundo os comentários junguianos sobre suas próprias experiências das ações de Deus, pensamos em sua afirmação de que os “atos de Deus” têm decididamente aspectos contraditórios.

Discutindo a natureza moral de um ato de Deus, temos de suspender o nosso julgamento moral e seguir cegamente os ditames de sua vontade superior ou julgar de modo humano e chamar ao branco, branco e ao preto, preto! É muito perigosamente fácil evitar a responsabilidade iludindo a nós mesmos, dizendo que a nossa vontade é igual "à vontade de Deus".

Podemos ser forçosamente sujeitados pelo último, mas, se não o formos, podemos usar o nosso julgamento e então somos confrontados com o fato inexorável de que, humanamente falando, alguns atos de Deus são bons e outros são maus.

Com o que aqui ficou exposto é suficientemente claro que de Deus exterior não temos nenhum conhecimento, e que é mais fácil me relacionar com o meu Deus interior psicológico que tem um código moral superior à moralidade humana.

Mesmo assim, eu manifesto a minha liberdade por meio da minha vontade, às vezes, contrariando a vontade do meu Deus-imagem no meu inconsciente.

Quanto às religiões monoteístas e dualistas, elas teimam em pregar o seu Deus particular totalmente absoluto e transcendente, talvez porque, as suas teologias têm mais “logia” do que “Theos”.

Para dar continuidade a esse trabalho somos forçados a pesquisar em: Leonardo Arantes Marques, no seu livro “História das Religiões” e a Dialética do Sagrado, no qual ele teoriza sobre religião e religiosidade da seguinte forma:

 

Religião.

 

“Não existe para a religião, bem como para muitas outras ciências e filosofias, uma explicação ou definição precisa. A religião, como a história, é um livro que se abre pelo meio”.

A palavra religião tornou-se com o tempo um peso enorme e um grande pacote, no qual quem entra precisa comprar e aceitar o todo, sem discutir; ou, na melhor das hipóteses, pode até discutir, mas no final deve aceitar a “verdade”.

Allan Kardec, em vários de seus trabalhos e principalmente no discurso à Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1868, já havia advertido sobre o peso e a distorção que a palavra havia tomado no decorrer dos tempos e o problema de utilizá-la para todos os tipos de interpretação e estudo de ordem sagrada ou espiritualista.

Mircea Eliade faz a mesma advertência, asseverando que a palavra “religião” é imprópria para designar a interpretação de alguns saberes humanos em referência ao sagrado. Talvez a palavra Religiosidade ou Espiritualismo, que antecedeu ao pacote chamado religião, esteja mais de acordo com a interpretação e os pensamentos que esbanjem conhecimentos acerca da experiência do sagrado.

Seria bem inocente de nossa parte acreditar que, para ter uma interpretação ontológica de temas como Deus, alma, espírito, morte, sobrevivência e qualquer pensamento de ordem sagrada ou espiritual, seja preciso se estar vinculado a algum aspecto de interpretação religiosa.

 

Religiosidade.

 

É difícil conceituar onde começaram os pensamentos religiosos e se existiu ao longo do tempo alguma sociedade sem nenhum traço de religiosidade ou religião. Se quisermos adentrar esse campo, teremos que vasculhar o homem pré-histórico e, deste, pouco sabemos, a não ser o que se encontra nos museus ou em livros de história.

Assim, se admitirmos que o pensamento religioso “começou” nessa época, pode-se conceituar, a religiosidade (não religião) do homem a partir de aproximadamente dois milhões de anos atrás, ou seja, da época do homem abilis (isto é apenas uma mera hipótese). É possível que esse pensamento religioso esteja entre o animismo, o naturismo ou mesmo o totemismo, já que a Antropologia e a Sociologia não se definem sobre qual deles foi o primeiro a aparecer, ou se realmente existiu um primeiro.

Este estudo possui o objetivo de esclarecer sem criticar, apontando os pensamentos dos principais articuladores sobre a religião, religiosidade e filosofias espiritualistas dentro dos seus referenciais de vida ou estudo.

Assim, podemos demonstrar por meio dos dados recolhidos e de suas teorias que o estudo das religiões não é algo simples, que se define simplesmente por intermédio de um mito, um rito ou seus deuses. Todas as religiosidades estão imersas no sagrado ou em sua dialética – profano x sagrado = sacralidade (revalorização do sagrado), que nos possibilita novos sagrados, novos profanos e outros milhares de sacralidades sem o absurdo de maltratá-las e querer o uso exclusivo da verdade.

Como é sabido, as diferentes ciências e filosofias tendem a se defrontar e não concordar acerca de seus pontos de vista no que tange ao estudo do homem, das religiões e religiosidade do mundo.

Os definidores da religião estão sujeitos ao erro da materialização (concretização mal colocada).

Depois desses breves comentários a respeito de religião e de religiosidade, queremos afirmar que: assim que nascemos, já estamos diante de uma religião pronta, posta e que nos é imposta.

Desta forma, temos somente o exercício da introspecção e da conseqüente reflexão para, nos libertar da vontade tirana da religião em teimar em nos submeter a um Deus exterior e totalmente afastado de nós. (absoluto e transcendente).

Diante desta dificuldade que nos é imposta, somos inclinados a utilizar a imaginação e criarmos uma dimensão fora do espaço-tempo, talvez nas supercordas de Stephen Hawking, onde imaginaremos a existência do “Reino de Deus”, cujo acesso somente é permitido a energias sutis ou após a morte, em forma de uma substância energética ou em espírito.

O fato é que somos itinerantes e suscetíveis à evolução e, por sermos nômades e evolutivos no universo, um dia, encontraremos a nossa verdadeira origem metafísica.

E para que isso venha acontecer, é de caráter urgente que se descubra uma nova heurística que nos leve ao pleno conhecimento desse Mistério Tremendo e Fascinante.

 

Eráclito.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 13/12/2006
Reeditado em 19/05/2009
Código do texto: T317141