A LEI DA ABUNDÂNCIA
 
As leis das ciências sociais são derivadas da observação do comportamento humano e suas consequências, e, uma vez inferidas e aceitas pelas elites de estudiosos da matéria, elas passam a fazer parte dos livros didáticos, dos currículos escolares e das práticas relacionadas ao tema, influenciando o viés dos novos pensadores e dos novos participantes do contexto social destas ciências.
 
Assim nascem as leis da economia, que passam a codificar o comportamento econômico da sociedade a partir do momento em que é observado. Assim nasceu o pressuposto da “lei da escassez”, que define as necessidades humanas como “ilimitadas” e os recursos materiais para satisfazê-las como “limitados”, lei esta baseada na observação da competição humana por bens materiais que supram sua necessidade de sobrevivência, segurança e conforto. Essa atitude ego-competitiva tem como premissa que o uso intensivo e o acúmulo de bens fazem do ser humano um exemplo de sucesso e, portanto o torna feliz.

Se os primeiros pensadores econômicos pudessem ter antevisto as consequências da interpretação econômica que fizeram do comportamento materialista da sociedade em seu tempo, provavelmente teriam enunciado premissas econômicas mais em linha com a natureza evolutiva do homem, no sentido da matéria para o espírito:
 
“Os recursos que asseguram a paz social e individual, proporcionando a felicidade dos seres humanos, são ilimitados, pois são renováveis, recicláveis e expansíveis, ou provém de dimensões onde tempo, espaço e matéria não são relevantes; e as necessidades materiais dos seres humanos são limitadas ao seu direito e à sua responsabilidade de preservar sua saúde física e mental, e garantir a realização de suas experiências sociais e individuais espiritualmente evolutivas”.

Mas, para isso, ao homem teria sido necessário um mínimo de conhecimento de si mesmo, de sua natureza espiritual, para que seu comportamento, à época, ensejasse o enunciado de leis econômicas holisticamente abrangentes, que integrassem, numa só ciência, a economia, a ética, a ecologia, a política e a saúde multidimensional do ser humano.
 
A “lei da escassez”, então, baseia-se numa característica humana - o apego à matéria - que precisa ser superada, sob pena de ser a vida no planeta inviabilizada em curto prazo. As autênticas necessidades humanas devem substituir as necessidades ilusórias e superficiais, ditadas pela vaidade e pelo comodismo e reforçadas pela propaganda ostensiva ou sutil. Por outro lado, a Natureza provê em abundância os recursos para a sustentação do homem em sua caminhada rumo ao seu autoconhecimento, verdadeira razão para suas experiências neste planeta. Se este plano cósmico, milagrosamente elaborado, for sabotado pela ganância do ser humano, que razão existirá para a permanência da vida humana no planeta?

Revogue-se, pois, a “lei da escassez”, absoluta negação da Lei Universal da Abundância. Coloque-se o homem em harmonia com seu semelhante e com a Natureza. Faça ele seu projeto de vida o desenvolvimento de sua consciência em direção ao seu destino inexorável: Deus!
Roberto Guelfi
Enviado por Roberto Guelfi em 29/03/2017
Reeditado em 19/06/2021
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