O MEU FASCÍNIO PELO EVANGELHO

Para ser bem sincero, acho mais fascinante acreditar no inaudito e no sobrenatural, do que conceber somente a existência do ordinário da vida. Mais rica é, a meu ver, a crença no que está para além de nossa compreensão racional, e que transcende qualquer explicação lógica e estritamente científica (a crença na vivência religiosa e espiritual autêntica), do que em toda perspectiva que prioriza unicamente um saber de orientação racionalista ou materialista.

Eu prefiro, pois, a profundidade do evangelho, nos iluminando com os fulgores de suas revelações, escatologias, ensinamentos, exortações, simbologias e mistérios, do que viver estéril e empobrecido de algo mais elevado na minha existência. Acho bem mais edificante para o ser humano acreditar naquilo que o eleva acima de sua mísera condição, do que edificar a sua existência na mediocridade e na banalidade desse mundo em que vivemos e sofremos.

Pois o que pode ser mais trágico do que viver como se esse mundo com todas as suas modernidades fosse a nossa única e verdadeira realidade? Ou então viver como se esse mundo governado pela corrupção humana fosse o nosso único horizonte de esperança, fé e redenção?

Eu creio, portanto, na loucura do evangelho, nessa loucura que enfatiza a vitória da vida sobre a morte...Não tenho dúvidas de que é bem mais extasiante a realidade que Cristo descortina para todos os seus fiéis, do que a realidade de um mundo governado pela morte e pela finitude. Recordo-me de uns versículos da bíblia que tratam justamente do triunfo da vida em Cristo Jesus, versículos os quais faço questão de evocar, a fim de que o leitor reflita sobre eles:

''A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças, porém, sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!''

(1 Coríntios 15: 55-57).

Ao longo das meditações que realizei sobre a palavra de Deus, cheguei a conclusão de que é bem mais motivador acreditar numa realidade transcendente, numa realidade espiritual, do que basear minhas crenças num mundo onde nada se resolve. O que pode ser mais desolador para a vida de cada pessoa do que edificar e fundar a sua existência sobre valores hedonistas e efêmeros, valores esses que só perpetuam as frustrações e os vazios da alma?

O prazer em si, vale ressaltar, não necessariamente é um mal (até porque não há como viver sem prazeres na vida); mas a crença de que a felicidade plena está na busca de todo tipo de prazeres, sem haver qualquer discriminação e separação, pode acarretar uma vida de ilusões sem fim... Os vícios e as compulsões, certamente, nos dão testemunho do quanto o sofrimento acompanha uma existência que busca viver inebriada de toda sorte de volúpias, paixões impetuosas, emoções repentinas e satisfações efêmeras; eles podem nos revelar com uma imensa clareza o quanto é perigoso viver, sem qualquer meditação e senso crítico, ao sabor dos imediatismos, das tendências, das seduções e até mesmo das soluções superficiais de alegria e bem-estar.

É inevitável que enquanto viver num mundo social impregnado pelas mesmas ilusões e vaidades de sempre, sofra os seus condicionamentos e determinismos; mas nada me impede de desenvolver livremente uma aptidão para atividades que requerem santidade, compaixão e amor. É, pois, sob a influência dos ensinamentos de Cristo, dos ensinamentos que foram registrados por homens que testemunharam a magnitude de sua missão, que hoje consigo me sentir forte e corajoso para triunfar sobre os grilhões de tantas mazelas sociais impostas com tirania aos homens.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 18/02/2018
Reeditado em 19/02/2018
Código do texto: T6257304
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