A PULSAÇÃO QUÂNTICA DA VIDA

Muitas pessoas se lembram do filme de celuloide produzido quadro a quadro, nos quais se percebiam mínimas diferenças entre dois quadros consecutivos. O filme era um conjunto de fotos, tiradas a uma grande velocidade, de forma a espelhar momentos quase imediatamente sucessivos, mas individualmente estáticos, de uma cena qualquer.

O movimento percebido ao se assistir a um filme desses é uma ilusão visual causada pela velocidade da projeção e pela incapacidade de nossa visão perceber os intervalos vazios, sem imagem, entre um quadro e outro. -- A moderna tecnologia, usando outros processos, baseia-se no mesmo princípio: a ilusão de ótica. Uma foto digital, por exemplo, é um conjunto de pontos (pixels) que, quanto mais próximos estiverem uns dos outros, maior é a sensação de nitidez. Mas, os espaços entre eles nunca deixam de existir, embora nossa visão não os perceba.

No filme de celuloide as mudanças na cena, entre um quadro e outro, ocorrem exatamente nos intervalos vazios, que, por menor que sejam não puderam ser captados pela sequência de fotos. Portanto, tanto a filmadora, por mais velozes que sejam seus disparos fotográficos, quanto nossa visão ao assistir a um filme, não conseguem captar o que acontece nos intervalos

vazios entre os momentos sucessivos da cena registrada.

Nos filmes que assistíamos, portanto, existem momentos (estáticos) e mudanças (dinâmicas) Os momentos são registrados e visualizados em cada quadro, mas as mudanças não, já que ocorrem nos intervalos vazios - entre um quadro e outro do filme - que não foram registrados. Mas, ao assistir a um filme, não percebemos isso.

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Vejo os movimentos da vida como os de um filme.

As mudanças no universo da vida - os movimentos no espaço físico, as criações, o crescimento, o amadurecimento e o envelhecimento de toda a existência física e biológica ocorrem sempre em um “intervalo vazio de tempo” que chamamos de “agora”. Mudanças não podem ocorrer nem antes nem depois do “agora”. Nada se pode mudar no passado e nada ocorre no futuro a não ser possibilidades que podemos criar no “agora”.

Então, se entendermos o “agora”, saberemos “quando” ou “onde” ocorrem as mudanças.

Na realidade, o “agora” não é uma medida de tempo. Qualquer instante que se queira chamar de “agora” pode ser sempre dividido em instantes menores, sobrando sempre um “antes” e um “depois”, em que nada acontece. O minuto que estamos vivendo agora, o segundo, o décimo de segundo, o milionésimo de segundo, sempre poderá ser indefinidamente subdividido, ao infinito. Portanto, o “agora” não está na linha do tempo; ele se confunde com o infinito, uma dimensão não mensurável com os critérios de nossos sentidos.

Assim, se as mudanças ocorrem no “agora”, elas brotam de uma dimensão de não tempo, não perceptível pelos sentidos humanos. O que nossos sentidos percebem são os momentos estáticos da linha do tempo resultantes de incessantes e velocíssimas mudanças ocorridas na dimensão do não tempo.

Mas a frequência com que este fenômeno acontece é tão alta, que, aos nossos sentidos, a vida flui sem qualquer interrupção, como nos filmes.

A linha do tempo, portanto, pode ser vista como um filme de celuloide, onde aparecem apenas os quadros que nossos sentidos podem registrar, mas que nos dão a impressão de continuidade ininterrupta, pela altíssima frequência das ondas “tempo-não tempo”. As mudanças entre os quadros sucessivos da linha do tempo ocorrem na dimensão sutil do não tempo.

Em consequência, as mudanças que queiramos impor às nossas vidas, devem ser expressas por nossas mentes em uma frequência vibratória tão elevada, a ponto de serem capazes de penetrar os intervalos de não tempo. Somente os pensamentos, sentimentos e ações positivas e construtivas, devotadas ao bem ao bom e ao belo, têm frequência vibratória alta o suficiente para penetrar os intervalos de não tempo do filme da vida, os bastidores onde todas as cenas da existência são preparadas.

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Este texto é uma prévia de parte do livro Ousar Saber II, em preparação. Saiba mais em https://www.facebook.com/ousarsaber.rguelfi/