Os Bastidores da Existência
 

Quando reduzimos nossa percepção de qualquer coisa à sua mais ínfima expressão, constatamos que a própria essência do tempo, do espaço e da matéria não é atingível pelos nossos sentidos nem pela mensuração tridimensional, para perplexidade da ciência.
 

Tomemos um processo da existência, o envelhecimento. Sabemos que envelhecemos, mas não conseguimos perceber quando. Não vemos o envelhecimento acontecer; apenas sabemos, a cada maior ou menor intervalo de tempo de nossas vidas, o quanto estamos mais velhos que antes.


A expressão mais ínfima do envelhecimento escapa à nossa percepção, ela não é captada pelos nossos sentidos, assim como não o é a expressão mais ínfima do próprio tempo em que tal processo acontece.
 

O registro do tempo é um mero artifício que se baseia na duração dos ciclos cinéticos de nosso planeta e atende aos propósitos pragmáticos da vida. Porque, em tese, o segundo, unidade mínima de tempo dos relógios comuns, é infinitamente divisível, o que faz da percepção que temos do tempo uma ilusão causada pela limitação dos nossos sentidos.


Assim, qualquer que seja o lapso mínimo de tempo em que o envelhecimento acontece, a unidade temporal de envelhecimento é também infinitamente divisível, acompanhando a natureza do fluxo do tempo, em que o processo ocorre.
 

Se o envelhecimento ocorre num lapso infinitesimal de tempo e se, no infinito não mensurável o tempo se converte em não tempo, uma dimensão não perceptivel por critérios de matéria, tempo e espaço, então o envelhecimento se dá no “não tempo”, na imaterialidade.
 

Mas o envelhecimento é apenas um dos processos da existência. Por extensão e por analogia, todos os processos da existência ocorrem na imaterialidade.

 

 

A cada pulso quântico do aqui-agora entre finito e infinito, entre tempo e não tempo, entre espaço e não espaço, entre  material  e  imaterial,  a vida acontece; neste pulsar frenético da vida entre a forma e a Fonte, nossa percepção tridimensional se volta apenas para a forma, sem se dar conta de que, no embalo da existência, a Fonte vibra em nós e em tudo, sustentando a forma, no espetáculo da multiplicidade do Universo. 

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Livre Pensar é "Ousar Saber" uma Verdade que lhe cai bem.