E se Deus Encolher o Universo?
 

As proporções do Universo são uma escolha da Inteligência Cósmica para viabilizar uma relação funcional entre a capacidade perceptiva dos seres vivos e as dimensões da matéria por eles percebidas, de acordo com a natureza da experiência que estes seres devem vivenciar.
 

A nós, parece que o “tamanho” das coisas e a percepção que temos delas faz parte de uma realidade material absoluta, embora o referencial para a avaliação das dimensões materiais que o Universo nos apresenta seja sempre o conjunto dos nossos sentidos, limitados, pelo projeto da criação, às funções que lhes foram conferidas.
Ou seja, algo pode ser grande ou pequeno, quente ou frio, prazeroso ou repugnante, dependendo de como nossa percepção sensorial o defina. Portanto, nossa realidade percebida é uma questão de ponto de vista dos nossos sentidos.


Qual seria o impacto percebido pelos sentidos humanos, se tudo no Universo encolhesse mil vezes? Se um dia acordássemos pela manhã e todas as coisas criadas no Universo, desde os átomos e suas partículas até nós mesmos, o ar que respiramos, o próprio planeta e todas as galáxias tivessem apenas um milésimo de seu tamanho original?... Nenhum!  Essa alteração dimensional aconteceria sem ser percebida!
 

Assim seria porque as proporções continuariam as mesmas. Na verdade, este fenômeno passaria despercebido até pela ciência, pois estaria incluído nele tudo o que fosse objeto de pesquisa científica, bem como todo o instrumental e materiais utilizados pelos pesquisadores, agora reduzidos a pó, se comparados ao status dimensional anterior. Qual a realidade, então, da dimensão das coisas criadas? E qual a realidade do espaço que ocupam?


Que importância tem para o Universo as suas próprias dimensões, desde que as proporções sejam mantidas? Se houver alterações dimensionais, não importa em que grandeza ou extensão, porém mantidas as proporções, as relações continuariam as mesmas; E, uma vez que o processo da vida é a própria dinâmica das relações, a vida, para nós, seres humanos, continuaria tal e qual.
 

Mais incrível ainda, se essa dança dimensional de expansão e retração for uma característica do Universo, uma brincadeira do Criador, como prová-la se todos os referenciais continuam inalterados por conta da manutenção da proporcionalidade?


No entanto, esta reflexão de indiferença dimensional que fazemos não prevalece diante da hipótese de que somente você ou eu sofrêssemos uma alteração em nossas dimensões.
 

Como seriam nossas percepções das coisas, se, de repente, encolhêssemos mil vezes? Embora tudo ao nosso redor permanecesse com as mesmas dimensões, o Universo, diante de nossos sentidos, pareceria ter aumentado mil vezes.


Como seria o chão que agora pisamos, as coisas que vemos ao nosso redor, nossa relação com a poeira que respiramos, com os insetos que nos rodeiam, com a chuva que cai e com o vento que sopra; como veríamos as distâncias, já que um metro, antes, seria agora o equivalente a um quilômetro? Quão alto seria um prédio de três andares?
 

As hipóteses de variações dimensionais desproporcionais podem atiçar nossa criatividade e conduzir à imaginação de modelos de civilização absolutamente diferentes. Para cada grandeza de alteração, seja redução ou ampliação, e para cada pacote de coisas incluídas na alteração, teríamos uma diferente conformação civilizatória - social, tecnológica, política, religiosa, jurídica, etc., para se adequar às novas proporções imaginadas. E, existem tantas possibilidades de alterações desproporcionais hipotéticas – algumas retratadas em filmes de ficção - que jamais veríamos esgotadas as hipóteses de possíveis estruturas civilizatórias e do comportamento humano.


As proporções dimensionais que temos hoje no Universo são apenas uma opção entre muitas, e foi assim definida pela Criação, para assegurar o tipo de experiência de que a humanidade precisa, neste momento cósmico, em seu processo evolutivo.
 

Afinal, se o ser humano consegue manipular com sucesso tantas coisas criadas pelo Criador, por que não poderia o Criador, ele mesmo, manipular sua própria criação, em benefício do desenvolvimento da consciência humana?


Portanto, a realidade, da qual tanto nos convencemos, poderia ser tão diferente, e diferente em tantas formas, que em nada se pareceria com a percepção que hoje dela temos. Então, não pode haver realidade absoluta no plano da matéria, e nem no plano da psique – mente e emoções - que reflete o plano da matéria e todas as possíveis relações decorrentes da interação da mente e dos sentidos com o meio que eles percebem.


O que chamamos de realidade é apenas o resultado perceptível da interação entre nossos sentidos e o meio exterior, ambos condicionados – e, portanto, limitados - aos requisitos que o Universo impõe às nossas experiências neste planeta.