"Venha a Nós o Vosso Reino..."

 

O ser humano é uma estrutura de corpos, desde o mais denso, o corpo físico, até o mais sutil, a pura essência divina em seu aspecto primal. A alma representa, nesta abordagem, a psique humana: pensamentos, sensações, emoções e sentimentos.

 

Quando estes elementos da alma são formatados na mente humana unicamente por reações aos estímulos do mundo exterior, a alma se identifica com o ego, que entende o universo como aquilo que consegue perceber do ambiente externo pelos sentidos, que aleatoriamente construirão pensamentos, emoções, sentimentos e ações em resposta.

 

O mundo externo, por sua vez, receberá tais respostas devolvendo ao ego inconsciente manifestações que irão gerar novas emoções, pensamentos e sentimentos, num “ping-pong” desordenado e incontrolável.

 

Como num caleidoscópio, o resultado de cada um destes ciclos é sempre inesperado. E, assim, a interação entre o ego e o meio externo é, em algumas circunstâncias, momentaneamente prazeroso e excitante, mas na maioria das vezes é caótico, desequilibrante e destrutivo.

 

Quando, no entanto, a psique humana está também consciente dos corpos mais sutis presentes no ser, atenta e aberta a seus influxos, a alma se identifica com o espírito, de hierarquia superior, mais sutil, ou seja, de maior frequência vibratória, no espectro dos corpos que compõe o ser humano.

 

Neste caso a compreensão do Universo se expande para dimensões a que o ego, por si só, não pode ter acesso. Esse patamar somente pode ser atingido pela evolução da consciência, ou seja, pelo crescimento da capacidade de perceber os corpos sutis do espírito presente no ser.

 

E esse processo não acontece pelo acesso dos elementos de baixa frequência vibratória do ego aos níveis sutis do espírito; mas sim pelo acesso dos corpos sutis do espírito, de alta frequência, ao ego

 

Transportando este contexto para o mundo físico, um som grave, de baixa frequência vibratória (20 Hz) como um trovão, por exemplo, pode romper um vidro pelo impacto da onda sonora, como se uma pedra se chocasse contra ele. Mas não pode interferir na estabilidade de sua estrutura molecular, dado a incompatibilidade entre a baixa frequência vibratória do som e a alta frequência do vidro. Pela mesma razão, um corpo não pode atravessar uma parede, mas ondas eletromagnéticas o fazem.

 

O som agudo, por sua vez, de alta frequência vibratória (700 Hz) também quebra o vidro, mas porque penetra sua estrutura, desestabilizando suas moléculas. Assim é com o espírito que pode ter acesso ao ego, enquanto o ego não consegue acessar o espírito.

 

No processo de evolução espiritual, o ego inconsciente é desestabilizado pelas altas frequências provindas do Eu Superior. A desestabilização é resultante da transformação, e só há evolução com transformação.

 

Portanto, é o espírito que penetra o ego ("Venha a nós o Vosso reino..."), mas somente quando este último se abre às altas frequências do espírito, num processo de entrega irrestrita.

 

Acolher as experiências da vida - sejam prazeirozas ou sofridas as práticas esotéricas, a meditação, a auto percepção consciente, o uso de terapias alternativas, o contato com a natureza, a exposição a pensamentos e emoções positivas, a alimentação natural saudável, os exercícios físicos, a disponibilidade para servir ao próximo, o trabalho voluntário, e tudo o mais que irradie alta frequência vibratória contribui para a abertura dos canais para a recepção dos influxos sutis do espírito. Ou seja, apenas fazer aquilo que fomos trazidos ao mundo para aprender a fazer...

 

No crescimento espiritual, o ego precisa ser desestabilizado para assumir a grandeza de patamares superiores de consciência.