A Alma Tem Cura

 

O espírito é a centelha divina espargida da fogueira sagrada da Criação presente no ser humano; é a sede do EU Superior; é da mesma substância primal do Criador que se doou à sua criatura e nela se plasmou em forma de vida biológica e em forma de Consciencia (EU SOU); é a trindade: Amor, Sabedoria e Vontade, os elementos da Criação.

 

A alma foi agraciada com o “livre arbítrio” que lhe concede a autonomia para responder ao meio externo, de acordo com o tipo das sensações, emoções e sentimentos que emergem na alma, e com a forma que a mente racionaliza essa efervescência gestada no cadinho das interações humanas. É a alma que determina, pelo livre arbítrio, seja institivamente, racionalmente ou intuitivamente, a reação ao meio que originou o ciclo. E, a reação da alma ao meio externo depende de seu estado de consciência.

 

Assim concebida, a alma é a sede do ego que a representa em sua relação com o meio exterior e que, se deixado à deriva, responderá conforme lhe seja mais vantajoso do seu exclusivo ponto de vista. O ego não é nefasto por si só. Pelo contrário, ele é o único instrumento que existe para a interação com o universo ao redor. É um instrumento de sobrevivência do indivíduo e da espécie, de socialização e de aprendizado.

 

Ocorre que, na condição em que ainda se encontra a humanidade, o ego é uma criança que se perdeu dos pais há muito tempo. Ele não sabe sua origem e sequer pode receber uma educação apropriada dos pais de quem se separou.

 

Assim, o ego inconsciente, sem os influxos dos valores do espírito, como a criança perdida sem o comando dos pais, age apenas com os recursos pouco sutis que lhe estão disponíveis – as sensações, as emoções os sentimentos e a racionalização egoísta, sempre em seu benefício.

 

Tentando desvendar as causas das disfunções psíquicas, a ciência convencional trata de pesquisar os recursos da alma para prover-lhes o equilíbrio e a cura.  No entanto, a doença da alma é sempre consequência da inconsciência do ego, do qual ela é sede; é consequência da falta de sintonia do ego com os influxos do Eu Superior, o Espírito no Homem.

 

A verdadeira cura da alma não está em si mesma, assim como a educação da criança não pode ser atribuída a ela própria. Da mesma forma que a criança depende dos pais para a formação de seu caráter, o ego depende do espírito para assumir-se no processo de evolução consciente, em que a doença não tem espaço.

 

A alma e seus recursos representam o Espírito Uno auto manifestado no mundo psíquico, assim como o corpo físico representa a auto manifestação do Espírito Uno no mundo material-biológico. Assim, tanto o corpo como a alma são constituídos da essência do Criador. Portanto, assim como o que determina a doença do corpo físico é a falta de identidade com sua essência - as dádivas materiais e energéticas de Deus, através da Mãe Terra - da mesma forma, a doença psíquica é determinada pela falta de identidade da alma com sua própria essência, ou seja, com os níveis sutis do espírito presentes potencialmente na consciência humana.

 

Quando a barreira de inconsciência isola a alma do espírito, o ego, inquilino inconsciente da alma, não consegue cuidar de si próprio de modo a evitar seu desequilíbrio e eventual degradação, como não consegue proteger a si própria a criança travessa, vulnerável aos perigos ao seu redor. Assim se instala a doença da alma (psique), cuja cura depende do autoconhecimento e da evolução da consciência.