CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(10) Os Múltiplos Caminhos para o Sucesso: Além da Religião

O autoconhecimento é uma das virtudes mais importantes para o ser humano, pois permite que ele se conheça, se aperfeiçoe e se realize. Muitas vezes, as pessoas buscam na religião uma forma de encontrar sentido e segurança para a sua vida, mas isso pode ser insuficiente ou até mesmo prejudicial, se não houver um trabalho interior de autoconhecimento. Neste ensaio, pretendo argumentar que o autoconhecimento eleva mais que rituais religiosos, usando como base algumas citações bíblicas e de grandes pensadores.

A Bíblia, que é a fonte sagrada de muitas religiões, já nos ensina sobre a importância do autoconhecimento. No livro de Provérbios, lemos: "Como águas profundas é o conselho no coração do homem; mas o homem de inteligência o trará para fora" (Provérbios 20:5). Isso significa que cada um de nós tem uma sabedoria interior que precisa ser acessada e manifestada. Também no livro de Salmos, encontramos: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno" (Salmos 139:23-24). Aqui, o salmista reconhece que só Deus pode ajudá-lo a se conhecer verdadeiramente e a se purificar de seus defeitos.

No entanto, a religião não é suficiente para garantir o autoconhecimento, se não houver um esforço pessoal de reflexão e transformação. Como disse o filósofo chinês Lao Tsé, “conhecer os outros é inteligência; conhecer a si mesmo é verdadeira sabedoria”. O autoconhecimento eleva mais que rituais religiosos, pois nos faz compreender quem somos, quais são nossos valores, nossos propósitos e nossos potenciais. Além disso, nos faz perceber nossas limitações, nossas fraquezas e nossas necessidades de mudança.

Seguir dogmas religiosos pode limitar nossa verdadeira realização, que vem de dentro. Como disse o psiquiatra Carl Jung, “seu dever é ser você mesmo, não uma imitação de alguém”. Cada um de nós tem uma vocação única e uma missão específica no mundo. Não podemos nos conformar com modelos impostos pela sociedade ou pela religião. Devemos buscar nossa autenticidade e nossa originalidade.

Os ensinamentos religiosos podem inspirar nossa busca pelo autoconhecimento, mas não devem ser o único critério para avaliar nossa vida. Como disse o poeta Fernando Pessoa, “o místico perfeito é o homem que se encanta com a vida”. Devemos valorizar a existência em si, não promessas além dela. Devemos aproveitar as oportunidades de crescimento que a vida nos oferece, sem nos prendermos a dogmas ou rituais que nos alienam da realidade.

Em conclusão, o autoconhecimento é uma virtude que nos eleva mais que rituais religiosos. Ele nos permite conhecer a nós mesmos e a Deus de forma mais profunda e verdadeira. Ele nos permite ser mais sábios, mais autênticos e mais realizados. Ele nos permite viver com mais sentido e segurança. Por isso, devemos cultivar o autoconhecimento como um caminho para a felicidade. Ninguém engana a si mesmo.