CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico III(35) A fé e a moralidade na sociedade moderna

Ao analisar as doutrinas espirituais, é crucial questionar a abordagem dogmática e moralista. Como disse o filósofo Friedrich Nietzsche, "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade". Em vez de recorrer a citações bíblicas tradicionais, é válido considerar uma perspectiva mais contemporânea e fundamentada em princípios lógicos.

A ideia de que as decisões de hoje determinam glória ou vergonha, sugerindo uma vinculação direta entre escolhas e consequências divinas, merece uma reflexão crítica. Como diz Provérbios 16:9, "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor". Em uma sociedade diversificada, as escolhas são influenciadas por uma gama complexa de fatores, não apenas por uma interpretação estrita da vontade divina.

Ao invés de rotular homens sábios como aqueles que baseiam suas decisões exclusivamente na Bíblia, é mais razoável reconhecer a importância de uma abordagem equilibrada, que considere diversos elementos, como experiência, empatia e racionalidade. Como disse Albert Einstein, "A ciência sem religião é manca, a religião sem ciência é cega". Adotar uma visão mais inclusiva e tolerante é crucial em uma sociedade pluralista.

A analogia sobre as escolhas em relação às mulheres, riqueza, educação e ao Senhor celestial merece uma revisão crítica. Como diz Eclesiastes 7:29, "Eis o que apenas encontrei: Deus fez o homem reto, mas eles buscaram muitos esquemas". Substituir as referências bíblicas por exemplos contemporâneos e humanos permite uma análise mais realista e aplicável à diversidade da vida moderna.

Em vez de propagar o medo do castigo divino, é mais construtivo promover uma compreensão mais ampla das consequências das escolhas, considerando não apenas a esfera individual, mas também as implicações sociais e culturais. A ideia de que apenas "idiotas cegos" não reconhecem as consequências de suas ações é redutora e ignora a complexidade da condição humana. Portanto, ao invés de adotar uma abordagem moralista, é mais frutífero abraçar a diversidade de perspectivas e experiências, permitindo um diálogo mais enriquecedor e inclusivo.