ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(18) “A Evolução do Amor e da Sexualidade: Uma Perspectiva Contemporânea”

A visão moralista e antiquada sobre o amor e o sexo, fundamentada em interpretações religiosas ultrapassadas, é questionada no texto. A necessidade de refletir sobre essa abordagem é evidente, considerando as mudanças sociais e culturais que ocorreram desde a formulação dessas ideias. Como Michel Foucault observou, "a sexualidade é uma construção social historicamente contingente" (FOUCAULT, 1976).

A ideia de que o sexo fora do casamento é pecaminoso e que o amor verdadeiro só pode existir dentro de um contexto matrimonial é limitada e descontextualizada. Hoje, entendemos que o amor e o sexo são experiências humanas complexas que podem existir em diferentes formas e contextos. Como está escrito em 1 Coríntios 13:4-7, "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

Em vez de demonizar o sexo e a luxúria, deveríamos adotar uma "ética do prazer", como proposto por filósofos como Gilles Deleuze. Ele argumenta que "o prazer não é uma noção simples, mas um conceito a ser construído" (DELEUZE, 1983).

A abordagem dos religiosos fanáticos em relação às mulheres é problemática e sexista. As mulheres não devem ser culpabilizadas por expressarem sua sexualidade de maneira livre e autônoma. Como está escrito em Gálatas 3:28, "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus." Mulher que veste minissaia está pedindo para ser estuprada?

Em vez de propagar o medo e a repressão sexual, devemos promover uma educação sexual aberta e inclusiva, que valorize o respeito mútuo, o consentimento e a igualdade de gênero.

O psicanalista Jacques Lacan desconstruiu a ideia de um "amor verdadeiro" transcendental, afirmando que "o amor é dar o que não se tem" (LACAN, 1977). Portanto, reduzir o amor a um compromisso de "propriedade" sobre o outro é uma falácia. Como Simone de Beauvoir escreveu, "ninguém é dono de ninguém" (BEAUVOIR, 1949) em um relacionamento saudável.

Portanto, é hora de deixarmos para trás os preconceitos e tabus em relação ao sexo e ao amor, e abraçarmos uma visão mais progressista e inclusiva, que respeite a diversidade e a individualidade de cada pessoa. O amor não é exclusivo do casamento, e o sexo não é uma fonte de pecado e ruína, mas sim uma expressão saudável e natural da experiência humana.