ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(19) "Respeito Mútuo e Empatia: Pilares de uma Sexualidade Inclusiva"

A visão conservadora sobre as relações sexuais, ancorada em interpretações literais de textos bíblicos, mostra-se cada vez mais desatualizada e insuficiente para abarcar a complexidade da sexualidade humana. Como o sociólogo Anthony Giddens argumentou, "a sexualidade é uma construção social historicamente contingente", e não um tabu absoluto a ser condenado.

Em vez de recorrer ao Antigo Testamento, onde "adúlteros deveriam ser apedrejados" (Levítico 20:10), é necessário adotar uma abordagem mais compassiva, alinhada ao ensinamento de Jesus: "Aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra" (João 8:7). Como o filósofo contemporâneo Slavoj Žižek ponderou, "a verdadeira moralidade é a capacidade de ouvir e entender o outro".

Longe de restringir as mulheres a um papel de vítimas passivas, é urgente reconhecer sua plena autonomia sobre seus corpos e desejos, como defende a feminista contemporânea Chimamanda Ngozi Adichie: "Ninguém é dono de ninguém". A sexualidade também não pode ser reduzida a um pecado digno de punição divina, pois, como argumenta a filósofa Judith Butler, ela envolve uma "ética do prazer" a ser celebrada com consentimento mútuo.

O adultério, por sua vez, não deve ser visto como transgressão moral absoluta, mas como sintoma de desarmonias conjugais mais profundas a serem tratadas "com paciência e compaixão", na sabedoria de Paulo (1 Coríntios 13:4). Afinal, como lembra o pensador contemporâneo Alain de Botton, "o amor verdadeiro é um ato de generosidade e compreensão".

Em suma, em vez de discursos dogmáticos punitivos, é necessário abordar as relações humanas em toda sua riqueza e complexidade, com uma ética secular do respeito mútuo, empatia e valorização do pluralismo de experiências, como verdadeiro caminho de evolução espiritual.