ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(22) “Desconstruindo a Misoginia na Religião: Um Caminho para a Igualdade de Gênero”

O discurso religioso, muitas vezes, apresenta uma visão antiquada sobre as interações entre homens e mulheres, baseada em preconceitos e estereótipos ultrapassados. Como Paulo Freire afirmou, "A opressão não se dá sem a violência, pelo contrário, ela a requer por natureza". Em vez de demonizar as mulheres, o foco deveria ser na igualdade de gênero e no respeito mútuo nas relações interpessoais.

A linguagem utilizada na Bíblia, por vezes, é interpretada de forma misógina, perpetuando a ideia de que as mulheres são responsáveis pelos desvios morais dos homens. No entanto, como Galátas 3:28 nos lembra, "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus". Deveríamos promover uma cultura de responsabilidade individual e respeito mútuo, onde ambos os gêneros são tratados com igualdade e dignidade.

Ao invés de citar versículos da Bíblia para justificar uma visão moralista sobre o adultério, poderíamos recorrer a estudos sociológicos e psicológicos que abordam as complexidades das relações interpessoais na sociedade contemporânea. Como o filósofo contemporâneo Slavoj Žižek argumenta, "A verdadeira coragem não é imaginar uma alternativa, mas aceitar as consequências do fato de que não há alternativa claramente discernível".

A dicotomia entre religião verdadeira e falsa é simplista e não leva em conta a diversidade de crenças e práticas religiosas ao redor do mundo. Em vez de julgar a religiosidade alheia, deveríamos promover o respeito à liberdade de crença e o diálogo inter-religioso, como sugerido em 1 Pedro 3:15, "Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês".

Portanto, é fundamental repensar as ideias apresentadas nas igrejas e adotar uma abordagem mais inclusiva e respeitosa em relação às relações interpessoais e às práticas religiosas. Ao invés de demonizar as mulheres e rotular as religiões, devemos promover o respeito mútuo, a igualdade de gênero e a liberdade religiosa como pilares fundamentais de uma sociedade justa e democrática. Como Martin Luther King Jr. disse uma vez, "O arco moral do universo é longo, mas se inclina em direção à justiça".