poema à minha mamãe

Mãe...

Primeiro lugar onde pude habitar,

Sendo gerado por amor para a vida enfrentar,

Sou fruto do seu ventre, qual uma semente.

Mãe...

Primeiro colo a me segurar e confortar,

No inesquecível momento do meu nascimento.

Onde a dor do parto esqueceu ou escondeu,

Quando seu olhar cruzou o meu e, com carinho me acolheu.

Mãe...

Quanta segurança estando em seus braços,

Mas um dia tive que os “deixar”

quando os primeiros passos eu aprendi a dar.

Mas seu colo sempre pra mim será, um seguro lugar.

Mãe...

Primeira Palavra que aprendi a falar,

Palavra que resumia o que o coração queria,

“Um grito de socorro” pelo medo do novo.

Uma referência primeira para apreender a vida.

Mãe...

Refúgio de minhas dores:

Do joelho esfolado, do dedo no fogo queimado.

Remédio de amor para mim, seu filho malcriado,

Mas que era por você acolhido e amado.

Mãe...

Quão difícil foi a primeira vez me deixar na escola,

Incentivar-me a ficar e sofrendo ter que ir embora.

Entendeu e com sofrer consentiu que o seu fruto,

Não era só seu, mas para o “mundo”.

Mãe...

Fonte que restaura a agitada alma,

Que se perde na busca incansável da calma.

Colo que envolve e nos devolve

Nossa real identidade, de ter a filial dignidade.

Mãe...

Porto seguro das inseguranças do mundo,

Lugar onde o amor permanece, mesmo se às vezes se esquece.

É uma luz que sempre mantem-se acesa.

Uma real certeza de que nem tudo é tristeza.

Mãe...

Sua felicidade é a do filho

Esquece-se de si para demonstrar-lhe carinho.

Esconde sua dor para dar ao filho amor.

Mãe...

Forma humana de Deus cuidar de cada filho seu

Na sua simples e limitada forma de amar humana,

O amor ilimitado Divino emana.

Mãe...

Seu jeito humilde e silencioso de estar sempre presente,

É algo que toca o coração da gente.

Um espaço grande no coração que nos garante proteção.

Mãe...

Entende o que se passa, mesmo se não há sequer palavra,

O seu filho percebe quando seu coração adoece.

Incentivo e auxílio quando o filho está caído.

Mãe...

Jamais cuida do filho para ser aplaudida

Apenas demonstra com sua doação e vida,

Que a medida do amor é não ter medidas.

Mãe...

Nem mesmo sua ausência, apagará em mim sua presença.

Pois no coração é eterna a união, qual um inseparável cordão.

Não mais o cordão umbilical, mas sim o cordão Cordial,

Esse jamais é cortado, ainda que não esteja mais ao seu lado,

Estará sempre nos unindo: Mãe e Filho.

Mãe...

Saudade eu sinto, não nego, nem minto,

Do seu olhar e colo que me deram vida.

São boas as lembranças, sei que não há distância...

Que separe você de mim.

Amor de Mãe é assim:

Está dentro de mim e por isso não tem fim...

Minha mãe: Solange de Souza, faleceu em 11/08/2006

Creio que agora vive com os anjos, só com anjos (sol ange), o que significa seu nome. Como ela gostava de me ouvir cantar e tocar pra ela, a musica: Tem anjos voando nesse lugar...além das noites traiçoeiras. Agora está a descansar em paz.

Dai-lhe Senhor o descanso eterno, que brilhe para ela a vossa luz.

Uma dor que não passa, em forma de saudade, de ausencia, de lembrança vou aprendendo a conviver com grandiosa dor.

Hudson Roza
Enviado por Hudson Roza em 05/11/2009
Código do texto: T1905793
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