= Saudoso amigo José Lino =

No ano de (2002) eu estava trabalhava na cidade de Formiga, onde fiz grandes amizades.Dentre estes amigo, existiu um senhor que veio a marcar a minha vida. Ele se chamava José Lino. Era ele um homem alto, de corpo esguio, negro, cabelos grisalhos, de sorriso fácil e adorava ouvir minhas histórias. De origem simples, era casado com dona Nair. Duas vezes por semana, a tardinha, eu os visitava em sua humilde e acolhedora casa. No mês de outubro do mesmo ano, como de costume, ali estava eu tomando café e comendo pão de queijo, junto aquele casal adorável. Aquela tarde falávamos de sonhos. Contei alguns de meus sonhos e ele ouvia-me atentamente. Quando eu estava para sair, perguntei meio que despretensioso qual era o sonho dele. Com aquela idade, eu sabia que seus sonhos eram poucos. Disse-me ele: _Meu único sonho, acho que não o realizarei, pois, sou pobre e dependeria de um carro. _Eu quis saber qual era aquele sonho tão impossível; _Meu sonhos é fazer uma viagem até Itaúna, eu não queria morrer antes de ver uma hóstia que virou sangue, ela ficava exposta na igreja no bairro “Garcia”._ Era uma viagem, de um pouco mais duzentos Km. Fiquei feliz porque eu poderia realizar daquele sonho, de aparecia pequena, mas para ele era muito distante. Isto foi terça feira. Pedi que ele se preparasse, que no domingo seguinte, eu o levaria para realizar o seu sonho. José Lino achou que era um absurdo eu sair de Divinópolis, cidade que eu moro, ir ate Formiga, voltar a Divinópolis, e seguir até Itaúna e novamente, levá-lo de volta pra casa. Tive a nítida impressão que ele desacreditava na minha promessa. Quando cheguei em casa, contei a promessa que eu havia feito, a minha família. Minha esposa me pediu que adiasse para o outro domingo, pois aquele domingo, seria comemorado o aniversário de seu pai no sítio e não mais daria para adiar. Pedi que desculpassem a minha ausência , eu não iria adiar uma promessa para um amigo de noventa e três anos.

Saiu tudo como planejei. No domingo fui a Formiga, onde José Lino, sua esposa e um visinho, que também pediu para ir conosco, todos muito bem arrumados, com suas roupas de missa, esperavam-me ansiosos . No caminho, muito sorriso e muita alegria. Passei em minha casa em Divinópolis, fizemos um lanche e voltamos para estrada. Quando chegamos na dita Igreja, o Jose Lino não mais conseguiu esconder as suas lágrimas, chorou copiosamente. Foi um dos melhores dia de minha vida. Voltamos para Formiga, aquela semana, tal qual um menino que ganhou um brinquedo novo, José Lino, contava a toda a vizinhança a sua mágica viagem. Na sexta feria seguinte, estava eu em minha casa, por volta de vinte uma horas, quando o telefone tocou, era dona Nair, ela num fio de voz disse-me: _O nosso José acabou de morrer. _Foi terrível, só Deus e eu sabemos o meu sofrimento. Se eu tivesse adiado a viagem... Agradeci a Deus por ter me dado a honra de realizar aquele pequeno grande sonho.

Somos privilegiadas por Deus todas as vezes que colocamos nosso coração no modulo amor. .

Tonhotavares

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 17/06/2012
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