Ao herói campesino

No passo da peonagem

Eu faço a minha romagem

pelo meu velho sertão

Trazendo dentro do peito

O verdadeiro conceito

Do nosso velho rincão

Desse meu sertão querido

Eu vou cantando a gemido

Do caboclo agricultor

Esse rebento matuto

Que é visto como bruto

Explorando o seu labor

Na mais pesada labuta

O sertanejo disputa

A vida com mais respeito

Sem temer ao sentimento

O sertanejo portento

Vai cantando satisfeito

No seu convívio modesto

Ergue o sertanejo lesto

A clava da abolição

Num debate sem temor

O nosso herói agricultor

Proclama a libertação

Não teme a luta ferrenha

O sertanejo da brenha

Sempre fôra um paladino

Na mais tremenda disputa

Não se curva na labuta

Do seu labor campesino

Não dispõe de clavinote

Não briga de piparote

Quando quer se libertar

Mostra a clava verdadeira

A picareta brejeira

Que aprendera a manejar

No seu trabalho estupendo

O sertanejo pudendo

Não foge a grande labuta

porque seu maior pendor

É ser bom trabalhador

É ser portento na luta

Na quentura do nordeste

O meu sertanejo agreste

Canta a vida proletária

Sentindo grande consterno

Pedindo terra ao governo

Pra nossa reforma agrária.

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 10/01/2014
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