Flores do Poeta Morto

Ao olhar pela janela

Vi a linda bougainville amarela

Misturando-se com a viva lilás

Plantadas há tempos atrás

No pequeno jardim construído

Com suor, amor e lágrimas

Na cidade de concreto

Na casa que foi o lar do autor

Um poeta sonhador

Que há anos foi-se pro outro mundo

Deixando histórias e amor

Deixando sementes de sua flor

Viveu errando e acertando

Trazendo dor e alegria

Plantando suas sementes do novo dia

Eternizando sua magia com poesias

Quando o dia vai morrendo

A penumbra da noite crescendo

Olho as flores que ajudei a plantar

Quando era apenas uma menina

Ainda ouço sua voz

Apresentando sua pequena flor

Como sendo a mais bela poesia do poeta

Pois se recitava sozinha ao mundo que a cerca

Lembro-me do amor sentido

Da saudade sempre presente

Do exemplo onipotente

De um pai que mesmo ausente

- fez-se onipresente -

"Ao homem que mais me amou e fez-me ser quem eu sou...Aproxima-se seu aniversário, mesmo dia que completa cinco anos de sua morte...Saudades são aplacadas com os grandes e simples presentes que deixou. As bougainvilles que plantamos juntos, há dezessete anos atrás, ainda florescem em julho."

Alíria Branca
Enviado por Alíria Branca em 01/07/2007
Reeditado em 01/07/2007
Código do texto: T548336