Belchior.
   
            Não vou me prolongar, não há necessidade de muitas palavras, serei tão discreto quanto ele.
            Acompanhamos a sua carreira, e cantamos as suas canções com todos aqueles poemas musicados, dizendo tanto à juventude dos anos setenta, a juventude dele próprio, pois cantava sobre a sua própria vida. 
            Me lembro de tê-lo visto ao vivo , cantando todas aquelas lindas canções ao violão, com um único acompanhante, e nem precisava de mais nada, mesmo sendo um homem pequeno, se agigantava no palco, e fechando os olhos na plateia, me parecia estar na sala de casa ouvindo seu disco, tamanha afinação.
             Há poucos anos voltando da praia, eu minha esposa e a minha cunhada , resolvi pegar o violão que já ficava no apartamento, e comecei a tocar algumas canções , e quando toquei " Galo, noite e quintais",  os três cantamos juntos,e precisei buscar todas as que conhecia dele, pelo menos umas oito , como " A Palo seco", " Paralelas", Como nossos pais", e não toquei nenhum outro artista, só ele, e a nossa noite se fechou com chave de ouro.
               Uma das canções que mais gosto é " Coração Selvagem" ; " Meu bem, guarde uma frase pra mim, dentro da sua canção, esconda um beijo pra mim, sob as dobras do blusão, eu quero um gole de cerveja no seu copo, no seu colo, e nesse bar...".
               Não é preciso dizer o quanto sentimos a sua partida, e o quanto somos seus fãs,  pelo artista, pelo homem discreto, pela sensibilidade, pelo canto aberto, como " Palo seco", que é exatamente isso, um "Canto de peito aberto",  tenho certeza que é e sempre continuará sendo " Apenas um rapaz latino americano". E pra que mais ?
               

 
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 02/05/2017
Reeditado em 02/05/2017
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