Ao Mestre, Um Carinho!
Que privilégio!
Apenas privilégios temos
Perder aula é um sacrilégio
Porque da poesia bebemos
Oh, palavra lapidada
Esculpida por Drummond e Bandeira
A nossa alma banhada
É poesia pra vida inteira
Aula-poesia
De encanto e conhecimento
Os poetas em sintonia
Nestes versos, o reconhecimento
Gratidão pelas horas deixadas
Tornaste mais poética a poesia
Pelo que tu declamavas
Tua aula tem luz que irradia
Nenhuma palavra te escapa
Sem que tenha odor poético
Mesmo a que é dor e farpa
Absorves com teor profético
Não queremos que se acabem
As horas de aprendizado
Que os poemas não se apaguem
Quando o presente virar passado
Foi propósito dos deuses
Marcaram no calendário
Dias, semanas e meses
Escutamos o canto de Zé Mário
Ele não se diz poeta
Talvez seja a maior ousadia
Sua conduta discreta
Não disfarça o amor pela poesia
Disse o cantor: o poeta tem a ”lata”
Sem saber que Zé tem a arca
João Cabral não teve esse professor
Nem Shakespeare conheceu esse escritor
Se Cecília estivesse aqui
Com certeza, iria sorrir
Pelo tanto que foi amada
Clarice, também admirada
Metáforas, figuras de linguagem
Sons, ritmos, metrificação
Trouxe tanto na bagagem
E, ainda, recitava canção
Nunca iremos esquecer
De seus ensaios meticulosos
Aprendemos a descrever
E analisar poemas maravilhosos
Homem de fé e humildade
Ensinou-nos a literatura e suas facetas
Sentou entre nós, com simplicidade
Nobre membro da Academia de Letras
(Homenagem ao professor de Teoria do Texto Poético José Mário da Silva Branco - UFCG, membro da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras de Campina Grande/PB)