Amigos do peito.

            Essa senhora italiana é a Dna Vicentina, que já passou dos 80 anos,  e cuja amizade e carinho com ela é imenso, pois quando me casei fui inquelino dela por quase oito anos, e é como se fóssemos da sua família, até hoje.
            O marido dela faleceu há alguns anos, o Sr Carlos, em um acidente estúpido em Pinheiros, quando um desses baladeiros irresponsáveis bateu em seu carro, vindo pela contramão.
             Os seus filhos e netos também tem um carinho enorme com a gente,  os vimos crescer e se casar, sou padrinho de casamento de dois deles, verdadeiros irmãos.
             Todos eles são palmeirenses, mas eu não tenho preconceito, rsrsss...
             Ela sempre trabalhou muito junto com o marido, e seus filhos às vezes iam lá pra casa e a gente também olhava por eles, e como éramos um casal muito jovem,  riamos muito uns com os outros, tudo era motivo de alegria.
             Quando vieram as primeiras contrações da Fátima , às três da madrugada, os chamei batendo na janela,  e eles , mesmo tendo que trabalhar, colocaram o roupão e vieram nos assistir, e a nossa filha Verônica quase nasceu no carro deles.
              Essas coisas nunca se esquecem, e que mais posso dizer  ?  Deixo esta página escrita.
             Hoje, a memória lhe falha às vezes, mas continua sendo uma "mama ", que faz a massa e o molho italiano, e que faz questão de morar sozinha, mesmo que amparada pelo filho, que mora ao lado, e as netas ( já casadas), que estão na mesma rua.
             Não se sente sozinha, segundo ela, pois tem um cachorro amigo, que a acompanha e a entende como ninguém conseguiria. Ela fala com ele, e acho que ele responde, " talvez em italiano", mas isso é um segredo !
  


 
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 24/02/2018
Reeditado em 25/02/2018
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