Eu mudei... isso é natural... eu já mudei um pouco hoje e você?

“Qual é a única aptidão comum a todos os homens? É a aptidão de mudar. ” (Lancelot Andrewes)

Um dia desses, meu pai me perguntou porque eu mudei tanto... Eu sorri, olhei para ele e respondi “será que não foi o senhor que mudou, o senhor mudou a maneira de ver as coisas em mim”. Certas experiências na nossa vida nos mantêm em constante transformação, por essa concepção é preciso se aprofundar no tema de maneira substancial.

O filósofo Heráclito de Éfeso dizia o seguinte “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, o homem que voltar ao rio verá que nem o rio é mais o mesmo e nem o homem é o mesmo de outrora”. Todos passamos circunstâncias na vida que nos fazem mudar, as pessoas mudam, somos organismos vivos em um processo constante de mudança e fluidez, nós alcançamos uma maneira de ver as coisas e os outros também mudam sua maneira de ver as coisas em nós, talvez não depender tanto do que os outros pensam sobre nós também faça parte do processo de amadurecimento.

O filósofo chinês Lao Zi dizia que a alma não tem segredo que o comportamento não revele, nosso comportamento é o primeiro a revelar as mudanças de ideias em nós, talvez uma pergunta que respondíamos de um jeito há três anos atrás, não mereça a mesma resposta hoje, nós vamos nos modificando, vamos nos lapidando, nos polindo, nos talhando, vamos nos aprimorando... O comportamento é que revela as mudanças, é como o menino Pinóquio de Carlo Collodi de 1883, só pelo seu comportamento sabíamos se estava falando a verdade ou não, a mudança de comportamento é uma chave, um semáforo de obervação da nossa mudança.

Essa mudança está muito ligada com os nossos erros graves, com o tempo vamos aprendendo a corrigi-los, o autoconhecimento, a quebra dos vícios cotidianos, nos examinamos a nós mesmos, mesmo que de maneira não exatamente completa, os erros sempre estão aqui para nos fazer progredir, para nos ensinar, o francês Michel Quoist dizia que o homem que nunca errou foi aquele que nunca fez coisa nenhuma, se você errou é porque tentou algo... é porque vivenciou uma experiência nova, se arriscou, reflita... no fundo tudo isso era preciso, não se culpe, é natural... Segundo Gurdjieff, o homem que está despertado a viver é o que consegue enxergar em tudo uma oportunidade de aprendizagem, errar faz parte. E eu não falo de apenas auto-ajuda, se estivéssemos falado de auto-ajuda eu recomendaria um livro do alemão Eckhart Tolle e suas frases “iluminadas” e deixaria de lado toda a reflexão necessária...

A lei da mudança é a lei do mais forte na nossa vida. Jean de La Fontaine conta a fabula do Lobo e o Cordeiro, no sentido figurado as mudanças da nossa vida são o Lobo e nós somos o cordeiro, a mudança sempre prevalece, é a lei do mais forte, é inútil resistir, mudamos... a única certeza que temos é que mudaremos... O criador do judô no Japão em 1882, o senhor Jigoro Kano dizia que a única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância... vencer a ignorância é mudar... é se desamarrar das ideias fixas que te sufocam e entender que as pessoas também mudam... mude sua visão sobre elas se precisar...

Mude... se reinvente, se reformule, perca convicções, repense, se renove, Sartre dizia que o homem deve ser inventado a cada dia. A vida é um momento, um sopro, a gente só leva daqui um pouco de amor, uma pitada de alegria e um dedinho de carinho... tudo se transforma... mude...

“Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, o homem que voltar ao rio verá que nem o rio é mais o mesmo e nem o homem é o mesmo de outrora”

Deixo aqui o link da música que eu ouvi pensando na moça branquinha que sempre me inspira a escrever...

https://youtu.be/zPrSFKK6e5w

Eden Mendes
Enviado por Eden Mendes em 21/11/2018
Reeditado em 15/04/2019
Código do texto: T6508147
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