Simplesmente iaiá Maçu (comemorando as vésperas do centenário da matriarca)

Quão belos são olhos da minha iaiá Maçu de ‘vistas curtas’, que não perderam o brilho que transcende o íntimo do meu ser.

Suas mãos calejadas do labor nos cacauais de outrora afagam o meu corpo cansado da lida supérflua contra o tempo de desejos profanos e de momentos efêmeros. O abraço apertado me faz olhar de olhos vendados e perceber o quanto o seu doce semblante marca a alegria do reencontro.

- “Senta aqui, meu filho” é o clamor de uma anciã centenária que acredita no fenômeno da presentificação. As suas histórias contadas com a vida dos alvos cabelos envergonham meus sabores imediatistas. Aprendi que a idade nos torna mais jovens quando somos parte da vida do outro.

Quisera eu sempre senti o calor de minha matriarca, que eterniza a primavera e sempre florescerá nas janelas de cada coração.

**Homenagem feita pelo Ponto de Cultura ACAPEB, a partir do Poema de autoria de José Jorge Souza, publicado no livro “Talentos Poéticos” do ano de 2019, pela Editora Becalete.