Foto: la lectrice ("A leitora"), óleo de Jean-Honoré Fragonard , 1770–1772.



                                                  Eu, leitora

 


               É mesmo um privilégio  ter à altura dos olhos, disponível no site Recanto das Letras, os textos de Paulo Camelo, cujos versos me comovem e os quais já me atrevi a utilizar como um quase mote para meus rabiscos, atrevimento que o poeta aceita generosamente, por puro carinho.
               Ler na tela do computador é bom, mas nada como estar diante de um livro em capa e páginas, com aquele cheiro de tinta, cheiro de livro novo, característico, tão bom de sentir quanto o cheiro do pão saído do forno.
               Costumo ler ao menos três livros por mês. Alguns livros demoro um pouco mais, outros entretanto, são tão absorventes, que não consigo parar de ler.
               Foi assim com o livro SOPOTOCAS deste meu admirável amigo. Num piscar de olhos e eu já estava na página 178, a última, infelizmente. Aqui no sul do Brasil, sopotoca não é uma palavra comercial, e pedi ao meu filho que pesquisasse no dicionário o que essa palavra sui generis queria dizer. Em vão a sua procura pois não a encontrou em nenhum dos dicionários disponíveis na rede.
               Timidamente perguntei ao poeta, meio envergonhada em não ter compreendido o título do livro que fora literalmente devorado. Ele me enviou a resposta.
               O poeta que me inspira e me faz chorar com seus belíssimos sonetos, apresenta em SOPOTOCAS uma série de vinte contos, nos quais reflete todo o seu conhecimento humano, adquirido certamente, em sua experiência acadêmica e na literatura de cordel tão presente em seu cotidiano lá em Pernambuco.
               Sempre que me deparo com um novo livro, quero começar a lê-lo de imediato, e para tanto, dispenso a leitura do prefácio e comentário de orelha. Lá pelo meio do livro é que faço uma pausa para ler os anexos. Iniciei minha leitura, portanto, na página 13 com “A parada”. Pensei tratar-se de um romance, cuja pequena senhora haveria de me fazer rir por todo o livro. Marta ficou para trás, e fui devorando cada um dos contos, cada qual com suas características e personagens apaixonantes.
                Enquanto eu lia, meu filho falava ao computador com seus amigos. Interagíamos, ora eu comentando algum personagem, ora ele me contando alguma coisa de suas comunidades virtuais.  
               Comentei com ele: - Paulo usa de seus conhecimentos de médico para a elaboração de seus contos e isso é genial. Em outro conto eu dizia: - Há uma pitada de Jô Soares neste texto...
               E assim, fui lendo todos os contos e experimentando a sensação de viajar por entre tantos personagens e situações inusitadas.
                Gostaria de destacar, dentre os vinte contos, estes que na minha opinião, são os melhores:
- QUALQUER BOLA, - seu final, embora previsível, não é o esperado quando se inicia a leitura do texto.
- ONDE ANDA VOCÊ ? - é emocionante e belo e nos remete ao doce tempo da adolescência, iniciando os primeiros passos em busca do amor.
- FÔLEGO DE GATO – nós fazemos nossas escolhas e iremos arcar com as conseqüências.
                Foi uma delícia ler SOPOTOCAS, assim como é muito bom ler os textos de Paulo Camelo aqui no Recanto das Letras.
                Ah... você quer saber o que é SOPOTOCAS ? pergunte diretamente ao mestre, em sua escrivaninha:
http://www.camelo.recantodasletras.com.br

               Obrigada Paulo, pelo carinho de sua amizade e por deixar o mundo mais bonito com seu novo livro!

               Beijos daqui
Lili Maia
Enviado por Lili Maia em 02/01/2008
Reeditado em 02/01/2008
Código do texto: T800057
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