O pouso da Águia Solitária!

Eu a Conheci através dos filhos, assim com dizem que pelos frutos se conhece a madeira, logo pude perceber que era uma boa árvore, dela não caía folhas secas. Quando cheguei para morar no Sertão, mas precisamente em Guanambi, conheci o caçula dela, Sérgio, que gerenciava uma loja de equipamentos para lanchonetes, travamos amizade e foi o primeiro a me dar um crédito na cidade. Os primeiros R$ 20,00 que por mim foram tomados por empréstimo na Bahia; no meio da praça, sem avalista, sem duplicata ou cheque, e claro devidamente pagos! Em futuro conheci o contabilista Joaquim Manoel, hoje também um bom amigo.

Um dia, já sendo conhecido dela havia bom tempo, fui convidado ao lançamento de mais um dos seus livros, de belas poesias. Foi o livro “Águia Solitária”, nome pelo qual assina no Recanto das Letras e para onde veio a meu convite. A obra com 104 páginas, nos brida com trinta e três poemas e sete melodias com partituras. A Câmara Municipal engalanada, com um coquetel a espera, centenas de pessoas no amplo auditório onde precedendo a autora e os autógrafos, algumas pessoas fariam singelas homenagens naquela noite festiva, dentre estes eu. E como é comum aquele “zum-zum-zum”, pois eram muitos conhecidos e amigos. Foi então que subi ao plenário para declamar, coisa que poucos sabiam que eu fazia, e bem forte gritei: Silêncio!

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....... SILÊNCIO

Silêncio...

Por favor, silêncio!

Para que se possa ouvir,

o vôo de uma águia solitária.

Que vai agora nos cingir,

com sabedoria voluntária!

Silêncio...

Por favor, silêncio!

Para que possamos sentir,

no meio desta agitação,

o pouso do “Águia Solitária”

Que nos fará refletir,

Sobre a vida em solidão!

Silêncio...

Por favor, silêncio!

Das penas da grande ave,

trinta e três poemas,

sete melodias em tom suave...

Do bico da grande ave,

centenas de belas rimas,

nos envolverão... Suave!

Se vida da grade ave,

para nós, sabedoria ela traz,

a sabedoria da grande ave,

com nova visão nos faz!

Se tudo que nos diz a grande ave,

nos causa um bem a mais,

está guia que agora pousa,

só no titulo e “Águia Solitária”.

No conteúdo e águia solidária!

E o silêncio que implorei,

peço agora romper...

Eis o livro “Águia Solitária”,

vamos aplaudir!

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Esta foi, e é, minha homenagem à professora Delia de Castro Costa Santos “Águia Solitária” (Nem tanto assim!!!), ex-secretária municipal de educação, musicista, poetisa, acadêmica de letras com cinco livros editados, dona de uma das maiores das coleções de bonecas de pano, com mais de mil exemplares catalogados. Cada uma das bonecas ou bonecos tem um nome; para a minha alegria tem o “Seu Pedro” no meio destes! Faz artesanalmente saborosos pirulitos de gengibre ou mel, que apresenta, e as às vezes presenteia aos amigos, dispostos em tábuas redondas furadas, a moda de quando éramos crianças!