O REPENTE MATOU O CANTADOR

Sítio Bom Nome, na zona rural dos Cafundós, rancho do Coroné e chefe político da região. Homem truculento, guardião da moral e bons costumes da redondeza. Certa vez promoveu uma noitada de viola. Contratou violeiros famosos, convidou toda vizinhança. Uma cantoria de grandes desafios, “Martelo Alagoano, Galope a Beira Mar, Dez Pés em quadrão...”. Um convidado grita: - Poeta, uma rima com “CORNO”. O menestrel não hesitou e proferiu o mote.

Oxalá com tanto Corno;

Corno vai e Corno Vem;

O dono da casa é Corno

E eu sou...

O maldito Coroné não esperou o trovador fechar a rima. Rebolou um tamborete contra o desgraçado, acertando bem no meio da sinagoga do infeliz partindo o quengo em dois pedaços, matando o cantador de repente.