AFILHADO DO PRESIDENTE KENNEDY

Matuto quando coloca uma idéia na cabeça não tem quem tire. Nezim de Amâncio cismou que seu primogênito se chamaria John Kennedy e o presidente dos Estados Unidos seria o padrinho do moleque. Remeteu um telex para Casa Branca convidando o todo poderoso para apadrinhar seu rebento. Né que o outro aceitou o convite do maluco. Mas, impedido pelos compromissos que o cargo o impõe designou o embaixador americano em Brasília para tal tarefa. Este com problemas de saúde substabeleceu o cônsul dos States no Recife para se deslocar até Cafundós na qualidade de representante de JFK na celebração do batismo. Outra frustração, o cônsul também não compareceu, solicitando do representante da câmara de comércio Brasil América em Fortaleza que o representasse junto aos compadres do Kennedy. Este por sua vez, repassou a peteca para o Vigário da freguesia. Que vexame, o reverendo não podia apadrinhar e celebrar o batismo cumulativamente. O sacristão entrou em cena representando Kennedy e tornando a criança cristã. O rapazinho crescia respeitado pelo prestígio do nome e do cargo do padrinho. Numa tarde de novembro de 1963 sua mãe sintoniza a rádio Borborema de Campina Grande e foi tomada por uma devastadora notícia. O assassinato do presidente americano. Nesse momento a senhora corre como uma louca para o passeio público aos berros grita: - Deus! Como anda a comadre Jaqueline a estas horas? Se o prefeito me ajudasse eu iria lhe consolar.