OS GENROS DO COMPADRE DO MEU TIO

Um tio meu, cidadão cafundoense de reputação ilibada, vivia com a casa cheia... Na calçada de sua casa, à noite era uma festa. Aquele ajuntamento à procura de conselhos. Até o vigário, muitas vezes eu vi por lá. Diziam que o delegado antes de trancafiar alguém primeiro ouvia o velho. Um matuto, pai de cinco mulherzinhas prenhadeiras que lhe deram dez netos e cinco genros, procura o tio para um desabafo. – O compadre me conhece há tempos e sabe que eu acordo cedo e durmo tarde para ganhar o pão. Mas tudo que ganho é pouco. As filhas, os netos, os genros, a patroa e eu, somamos vinte bocas para comer e beber e só meus braços para trabalhar. Continua lamentando. Se o compadre souber, não me esconda, diga agora. Quais são os cinco piores moradores daqui?

- Compadre isso eu não sei, respondeu o tio. E se soubesse não diria, pois não é do meu feitio apontar defeitos... Também não ganharia nada com isso. Como é do seu interesse, tenho certeza que o compadre trouxe a resposta da pergunta. Diga-me você, quais os cinco cabras ruins dos Cafundós?

– O compadre parece que adivinha. Os cinco piores cafundoense são os maridos das... Eles comem do bom e do melhor, só bebem café fresco e água mineral gelada, andam arrumadinhos. Agora na hora de contribuir, dizem que seus bolsos estão furados.