HOMEM QUE VIRA PEIXE

Se saudade matasse eu teria morrido. Hoje me bateu uma recordação das fábulas que minha avó contava nas noites de lua..., ela falava de um ser mitológico, parte mulher e parte peixe, da lenda do lobisomem e tantas... Mas, a grande recordação foi a de Mané de Quincas, matuto esperto que foi trabalhar na Côrte e voltou para Cafundós todo cheio de pilhéria, pousava de bruxo com poder transformador. O malandro armou uma tenda no meio da praça..., cobrando ingresso para apresentar o homem que vira peixe. O teatro de lona lotado chega o momento mais esperado do show, levantam-se as cortinas, no fundo do palco está um homem em pé ao lado de um fogão virando um peixe na frigideira. Meu irmão! A platéia enfurecida partiu pra riba do malandro. Este, na imediatidês de um gato desapareceu no mato. Se ele continua fugindo, não sei. O certo é que, 20 anos se passaram e nos Cafundós ninguém mais fala do malandro Mané.