BILHETE DO CORAÇÃO

Andou meio adoentado perto do Natal. Em vez de panetones, nozes e outras guloseimas, o personagem engoliu três “stends”, nome bonito pra umas minimíssimas molinhas. Foram direto para a artéria coronariana. O estômago mudara de lugar. Enganou a dona Morte saltitando numa perna-de-pau. Como em Poesia tudo é diferente, vale menos agora, porque perdeu a oportunidade de passar desta para a outra margem. E como bom gatão, queimou uma das sete vidas. Está que nem o Cyborg, o herói televisivo. Agora é (ou sou?) um homem de seis milhões de versos...

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.

http://www.recantodasletras.com.br/humor/2095187