MINHA SEREIA

Serei

A tua paixão,

Sereia…

Nem que, para isso,

Tenha de perder

O Paraíso

Dizendo: Não!

Quem perde

Um amor

Perde tudo,

Ganhando, contudo,

A dor!...

Espero e quero

Que sejas minha

Nem que seja preciso

Cantar uma ladainha

Lançando um feitiço

Pois há

Quem já

Tenha feito isso!...

Por ti, minha sereia,

Serei capaz

De mover montanhas

E correr a ponte a pé

E, embora me julguem

Um incapaz

Cheio de patranhas

E frágil fé,

Farei das tripas coração,

Até que divulguem

A minha coroação

Como rei

Da nossa imensa Nação

Pequena,

Sereia morena!

Valeu?...

Bem me parecia,

Que não!...

Eu era já

Homem de pouca fé…

O melhor é, esperar de pé

Bebendo um chá,

Sentado!...

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NOTA: Este não é um poema de amor, e sim, de humor. Digo isto porque não são agradáveis ao ouvido e à nossa sensibilidade poética, cacofonias em temas mais sérios. Confesso que um dos meus encantos são os jogos de palavras, por isso não julguem fruto do acaso, a coincidência de sons entre sereia/serei a; feitiço/feito isso; Paraíso/para isso; como rei/comerei(a pequena sereia...), nem estranhem se encontrarem as palavras CAFÉ e PONTAPÉ, mesmo sem elas lá estarem...rsss.

Um abraçooo do

Adolfo Dias