A DUPLA DE MANÉ

Cosme, matuto véi nascido e vivido nos cafundós. Aquela região onde o cão perdeu as esporas e o vento fez a curva. O sujeito pensando em melhorar de vida, vai à procura de um parente nas bandas do sul. Avalie seu menino na enrascada que o peste se meteu. O bruto fez uso dos poucos recursos e comprou um assento com direito somente à ida num ônibus de transporte clandestino de passageiros entre o norte e sul. Chegada à hora da partida, ele embarcou no coletivo conduzindo seus poucos pertences numa valise de madeira aquela que, se abrir não fecha e, quando fecha não abre. Vestido numa camisa com dois bolsos. Num conduzia espelhinho, pente flamengo, brilhantina glostora, escova e creme dental. Noutro bolso o endereço do único parente que ele conhecia somente de oitiva.  O transporte esbarra no bairro do Braz. O caipira sem jeito e bastante acanhado desembarca saindo à procura de auxilio. Dirigiu-se a um guarda municipal, que pela a aparência era cearense dado a estatura e o formato da cabeça,  pergunta: - Seu moço, por mau lhe pergunto:  - O senhor conhece aqui em São Paulo Memé-Mané meu primo, um cearense da alma boa, nascido nas bandas do Iguatu. O praça  paramentado de guarda da prefeitura olhou o matuto de cabo a rabo e com um ar de gozação respondeu:  - Olha cara, um Mané já é bobo, imagine uma dupla de Manes a solta em São Paulo, eu sou é autoridade, não conheço matuto e principalmente vindo desse teu Iguatu.