TRANSPORTE ALTERNATIVO

Porra meu! O cara é meu amigo, mesmo que não fosse, seria antiético da minha parte relatar o fato e delatar o pai da criança. Todo esse lereado aconteceu nos Cafundós. Esse meu amigo é chegado a meropeia, muita meropeia mesmo. Ele só se contenta quando ultrapassa limite. O moço não bebe um litro ou dois da branquinha, sempre quer mais e muito mais. Fala que porre, só é porre quando tem boneco. Meus amigos, mas, é tanto boneco que nem presta. Ao chegar em casa bem lombrado, sua mãe lhe oferece um sonrisal e ele recusa. – Porra, minha velha acabei de consumir cinqüenta reais de cana e a senhora quer me curar com cinqüenta centavos! Assim fico no prejuízo. Mas, folclórica é sua chegada em casa depois de cada porre. Como gastou todos os trocados com pinga e espetinho de gato, sobrou pouco para o transporte, para pagar o frete da moto táxi. Então, ele parte para o transporte pra lá de alternativo, “carrinho de mão”. Por apenas oitenta centavos um catador de lixo transportou o bebum do bar até sua casa.