NÃO BEBO MAIS

O “pau d’água” do meu vizinho nos Cafundós, quando não está de porre, encontra-se de ressaca. Por viver entornado no álcool o dia todo e todos os dias, a mundiça lá da rua lhe chama ”Cobra de Farmácia”. Ele não dá ouvidos as mangofas da molecada e sai cantando:

Cachaça cachacinha,

Eu sou de tu e tu és minha,

Não há bebida melhor.

Bebendo tu bem misturadinha,

Eu bebo, bebo até me acabar.

Muita e muita cachacinha,

Ainda hei de tomar.

Dizem que a cachaça é uma desgraça,

Uma desgraça pra quem gosta de beber.

Bebo por que quero,

É de muito gosto.

Bebo e não é da conta de ninguém.

Entre a sobriedade e a embriaguez, o “bebe leite” entra na primeira bodega, compra uma meiota da branquinha, toma um gole no bocal da embalagem e sai cantando:

Eu não bebo mais,

mas, também não bebo menos...