VIAJAR DE PERNAS ABERTAS

De oportunistas o mundo está repleto e, se tratando da terrinha tem para mais de monte. Num passado recente, o traslado entre Cafundós e a Corte, era no dorso de animais. Hoje o percurso é diferente. As vans empoeiram as estradas e transportam de tudo. O passageiro conduz, além da bagagem, o gato, o cachorro, o papagaio... Zé das quengas retornava da Côrte todo ancho. Viajava de pernas abertas, ocupando dois assentos pagando uma só passagem. A trocadora atendendo a reclamação de uma senhora que pagou a passagem sentada e seguia em pé, cobrou do folgado: – Zé das quengas fecha as suas pernas e libera o assento para dona Fulô! - Dá não moça. Se eu fechar as minhas pernas, esmago meus ditos cujo, e fico inutilizado