FÁBULAS CAFUNDOENSES

Na desavença entre o lobo bom e o mau cordeiro, a vovozinha se ferrou a chapezinho vermelho não foi comida e os três porquinhos saíram ilesos. Essa é mais uma fábula contada a miúde nos Cafundós e têm outras e mais outras conversas fiadas ditas de boca em boca naquele rincão. O casamento da filha do doutor coroné prefeito, foi um espanto cheio de peripécias que o lugar já viveu, veio chefe político até da baixa da égua; contam que foi divertimento para mais de monte. Vinte e cinco mulheres faziam pavios para as lamparinas alumiar o terreiro, cinco trios zabumbeiro garantiam animação. Segundo me falaram, o piso do salão de baile afundou quinze centímetros com o vai e vem dos dançantes. De repentemente um susto, adentrou no recinto um convidado indesejável, homem temido em toda região, o sujeito foi logo ordenando: - Todo dançarino nu. A determinação prontamente atendida. Na seqüência outro grito: - Um dedo na boca e outro no fiofó. Não passaram dez minutos, ‘o coisa ruim’ volta a ordenar: - Pessoal, trocar o dedo de local e continuar dançando. Graças ao meu Padim Pade Ciço qu’eu não fui convidado para o casamento, nesta época já morava na corte, tomei conhecimento do estrago através da rádio difusora cafundoense, logo após a ocorrência.