EFEITOS COLATERAIS DO ACARAJÉ

Por ocasião dos festejos do Santo Padroeiro, Cafundós é tomada por visitantes. Cada noite melhor que a outra. Tem forró na praça, circo, parque de diversões, barraquinha com comidas típicas e especialidade gastronômica da culinária afro-brasileira diretamente da terra do Senhor do Bonfim. João da tia Noca, matuto metido à besta, dirigiu-se ao tabuleiro da baiana para abocanhar seus quitutes. – Mãeinha me serve uma dessas iguarias. - Quente ou frio? Indagou a filha de santo, já que estava vestida a caráter. - Onde já se viu macho da minha estampa deleitar-se de comida de geladeira, quero o troço pegando fogo. A quituteira abriu o portfólio do Buffet ambulante com acarajé, vatapá, caruru, mungunzá... O doido esticou as vista em cima do acarajé. Mãeinha caprichou no molho de pimenta. Ao morder o bolinho, o azeite de dendê escorreu no canto da boca e as lágrimas no zoin, enquanto o naco ardia na língua, descendo goela a baixo, o caipira suou frio, sentou-se num tamborete e fogo queimou o esôfago, o estômago de caminho adentro, escorregando naquela porção terminal do intestino que, se estende até o canal do ânus. Não deu outra, a primeira flatulência foi mortal, destruiu o fundo da cueca, a parte traseira da calça. Você me acredita, pois a ventosidade destruiu até o assento deixando o chão avermelhado.