CACHAÇA E RAPADURA

Cafundós é inigualável em vários aspectos; o pároquo é um servo de Deus trabalhador por demais, elevou à capelinha local a condição de matriz, sua dedicação pelo rebanho é tamanha, não cuida só do espírito, zela também pela saúde física e mental dos paroquianos. Mas, como todo vivente tem seus defeitos, o homem de saia é viciado em doce derivado da cana-de-açúcar. Zé papudim, bebum inveterado, sofre nas mãos do reverendo, recebe intermináveis sermões: - Zé acabe com essa a cachaça. – Seu padre até qu’eu tento, quando tomo uma garrafa, eles produzem duas, assim não há diabo no mundo que dê cabo a branquinha. – Zé, falei para deixar de beber e não acabar com o estoque etílico do botequim do senhor Micenas! A pendenga entre o vigário e o bebum se arrasta há... Zé, num dia de lucidez cruza com o padre e o interpela: - Seu vigário, o senhor gosta de rapadura? – Gosto sim meu filho, você trouxe quantos tabletes para o velho sacerdote? – O senhor deixe de me atanazar, pare com a importunancia pela minha ingestão de cachaça, fique certo que, rapadura e cachaça são feitas de cana-de-açúcar no mesmo engenho, se o senhor continuar comendo rapadura vai se tornar um bebum igual a mim e na hora da homilia vai chamar Jesus de Genésio!