CASAMENTO ENTRE ADÃO E IVO

Cafundós ainda vive a moral e os bons costumes. União estável entre pessoas do mesmo sexo, o badalado casamento gay quando se fala por lá, desenha-se na boca o sinal da cruz. Mas o inusitado acontece. Na moita, sem que ninguém soubesse, uma garota nascida nas vizinhanças, com o instinto de mulher paraíba, viajou pras bandas do Uruguai retornando com o sexo transformado na condição de macho e o alcunha de Thomas não-sei-das-quantas. A simbiose casou-se, no entanto a sua esposa era seca e não emprenhava, não deu outra, por ironia ou insistência do..., foi ele quem engravidou. A gravidez masculina correu légua de boca em boca. Eu mesmo fui tomado pela memória, recordando uma estória repetida por uma tia balzaquiana: um bigodudo duvidou das graças de Santo Antonio sendo castigado com uma prenhez. Tudo isso é pouco diante da confusão, já que a maldita união caiu de pára-quedas no colo do vigário e do juiz, tendo vista que nos Cafundós não se celebra casamento entre Adão e Ivo.