A EVOLUÇÃO DO NAMORO

Meu pai falava que durante a sua juventude nos Cafundós o namoro era somente com os zói. Zoiava aqui, zoiava ali, zoiava acolá. Ficava horas a fio esperando a cabrocha cruzar as pernas no banco da praça, só pra zoiar a brecha. Eu e meus irmãos fomos mais atrevidos, o namoro era com as mãos. Mão em cima, mão no meio, mão embaixo. Fazíamos o exame de corpo de delito. Eita, mãos bobas! Hoje na cidade o namoro é diferente. Graças às facilidades da tecnologia disponível no mercado, acabou-se o pega-pega, o agarra-agarra, o amassa-amassa e o famoso esfrega. A moçada namora com os zói e os dedos, miram os zói na tela e mete os dedos no tablet, iphone, ipad e ipod e esquece de dedar no “aí dentro”. Esse tipo de namoro é igual a peito em homem: não tem futuro nenhum.