A CARNE FRACA

Não sou acionista de frigorífico e muito menos proprietário de açougue, mas acabei atingido pela inspeção da produção de carne e seus derivados, a conhecida operação carne fraca. Vivo um dilema que me custa noites de sono e indecisões, se viro vegetariano, ou embarco na opção de estilo de vida vegano. O novo estilo tem altos custos e o recheio da minha carteira não comporta tantos gastos. A carne fraca me impôs um regime de proteínas sem precedência e, eu que não me lembro de ter consumido linguiça e salsicha, imagine agora estes embutidos recheados de papelão, Deus me livre e guarde de comer um troço desses. A expressão frigir dos ovos me provoca arrepios e frango vem à cabeça a imagem do pinto. O suíno que conheci como porco me remete a lembrar um passado não muito distante, do qual não gostaria mais de lembrar. ‘o bicho do poico’ aquela infecção no miolo da cabeça de quem consome a carne do ‘poico’ infectado de caroço. Não posso viver sem proteína animal, então, procurei um especialista em alimento e este me recomendou o consumo de carne de veado, esta pela abundancia do produto e o baixo valor no mercado.