DE BAR A BACH

Bendito seja aquele que escreveu: A ignorância extravanca o progresso. O filho de ‘Severino Ferro Véi’ trocou de lado. Católico ontem, evangélico hoje. Com o novo batismo, adquiriu outros hábitos. Sem conhecer partituras, passou a ouvir músicas clássicas. Para ter melhor discernimento erudito, encomendou a gravação pirata com músicas de Bach. De posse da cópia partiu para o desfrute. Ô decepção, o CD era a fina flor do brega. Estilo corno escuta toma uma e chora. Como se pisasse no rasto, Tomé retorna na mesma pisada e como um furação invadiu a discoteca. - Toma teu CD e devolve meu dinheiro. Você cometeu um sacrilégio, seu profano. Isso não se faz. Pedi música de Bach e você grava brega. – Cara, músicas de bar são essas que gravei: de bar em bar, de mesa em..., vou botar placa de venda... Respondeu o discotecário. - Você sabe ler? Perguntou irmão Tomé. - E escrever! Respondeu o outro. Então, Tomé escreveu: Sebastian Bach entendeu. Como pode trabalhar com música, se é tão ignorante? - Só podia dá errado, falou uma coisa e escreveu outra. Falou música de bar e escreveu música de baixe. Você tá é doido depois que se converteu na lei de crente, pega teu dinheiro e vaza da minha discoteca!