ANTÔNIO CHOFFER

Fechei os zoin e veio à mente um filme do passado. Festa da padroeira nos Cafundós. Logo após o novenário, o povo partia para o divertimento: leilão, barracas com comidas típicas e carrossel. De longe se avistavam dois mastros. Num tremulava a flâmula do evento, conhecido como pau-da-bandeira. Noutro, a rádio amplificadora, onde seu locutor tabacudo anunciava: - Entra no ar a difusora tribuna do povo com seu tradicional programa, lembrei-me de você. Um programa de ouvinte a ouvinte, de coração a coração. Na seqüência, a linda página musical que um alguém vestindo saia godê branca, oferece com amor e carinho a outro alguém que traja camisa volta-ao-mundo azul, calça de nycron preta e sapato fanabor branco. A mesma página é oferecida também a outro alguém das iniciais de OX. Meu irmão, não deu outra. Otacílio Xavier que estava comigo ficou todo inchado e muito gabola correu para o estúdio. Uma cabina minúscula com aparência de latrina e perguntou: - Locutor, quem me dedicou essa linda página musical? - Que estória é essa, de mensagem pra você? Interroga o radialista. – Sim, uma mensagem pra mim, OX sou eu, Otacílio Xavier! - Seu besta, eu falei OX de Ontoin Xufer!