LÍNGUA AFIADA

Hoje acordei com um azedume da moléstia... E do alto da minha putanhice tô irado com tanta patifaria, canalhice e safadeza. Ah! Não! Não aturo mesmo! Você nem acredita, mas, amanheci com aquele órgão muscular alongado, móvel, situado na cavidade bucal, servente a degustação e deglutição que desempenha importante papel na articulação dos sons, muito bem afiado. Então, resolvi botar a boca no trombone e esculachar a saliência dos safados que me cercam. - Mané de Tonha, eita cabra safado, não trabalha, vive jogando biriba e tomando brejeira. O outro é Zé da tia Rosa, mais um sem futuro, largou-se da namorada e amancebou-se com um desmasculinado metido a costureiro. Já a desavergonhada Glorinha da feira que mais parece um pau vestido, na companhia de Zé soldado, reza para as almas apenadas toda noite no cemitério. É só desculpa para chifrar o marido. Mas, não para por ai não. O pior ainda vou contar: O seu vigário chama o sacristão ao confessionário e, do interior do biombo pergunta: - Quem bebe o vinho da santa amada Igreja? O sacristão mais malandro do que Zé Carioca responde: - Seu padre não estou ouvindo nada, queira perguntar novamente. - Então, vamos mudar de posição, ordena o sacerdote.  Já no interior do confessionário quem pergunta é o auxiliar do vigário. – Quem anda namorando a mulher do sacristão? – Filho, você tem razão, do lado de fora a gente fica surdinho, responde o reverendo.

– Tenho ou não razão? É muita putaria num balaio só.