SOLTANDO OS BICHOS

O rato disse

e ratificou:

Tatu tatuou

o couro da cobra,

que cobrou...

Depois alertou

que fique atento,

que o cabra macho

não é a cabra

e sim o bode...

O papagaio

gaiato avisa

que o gato agora

foi gatunar,

ema greceu

gavião gavoou,

urubu tá uma arara,

ficou condor

de cotovia...

Quem tem o mapa

do besouro,

deve saber

que a patada

do pato dói...

Pintura de pinto

borra mesmo,

o mundo é louco,

gira girafa,

já profetiza

o castor batista...

Sapato

do sapo

aperta muito,

grilo é grilado,

aranha puxa

a cigarra,

formiga em forma

tem seu porquê...

Ouriço ouriça

a perereca,

o cisne cisma

que o peixe está

apeixonado...

João-de-barro

barrou Joaninha,

por ter ciúmes

da elefância

do elefante

(ou do galo

tão galante

nas cantadas)...

Barata é tonta,

pois é lagosta

do marimbondo

moribundo,

todo o mundo

está com a pulga

atrás da orelha...

E tudo bem

se bem-te-vi

está de mal,

que abelha sempre

está de mel,

calango cala

qualquer fofoca

que a foca faz...

Não vai dar zebra,

o boto bota

tudo nos trinques

do trinca-ferro,

e se não erro,

tem esperança

no coração

do louva-a-deus...

Por esta luz

dos olhos meus

vagando igual

ao vagalume,

a tanajura

também jura,

no fundo os bichos

não são o bicho...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 29/10/2008
Código do texto: T1254781
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